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Cafeicultores vão a Brasília pedir alongamento de dívidas

Uma seqüência de reuniões para discutir sobre as propostas de alongamento das dívidas rurais dos cafeicultores mineiros reiniciou, em Brasília, várias injunções do deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT-MG) junto às autoridades governamentais, com o objetivo de encontrar uma saída e defender a necessidade dos produtores, principalmente em relação à CPR – Cédula de Produto Rural, uma modalidade financeira regulamentada pela Lei nº 8.929/94, que foi muito utilizada pelos cafeicultores.

Não é a primeira vez que o parlamentar levanta a bandeira em prol dos pequenos agricultores. Desde o seu primeiro mandato, em 2004, ele participa de audiências nos Ministérios do Trabalho, da Fazenda e da Agricultura, com representantes dos produtores rurais, sindicatos e representantes da Comissão Nacional de Café, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, para analisar o endividamento dos cafeicultores, principalmente os da região da Zona da Mata mineira.

Na terça (4/03), o deputado reuniu-se com o Diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, e com o Gerente Executivo da Diretoria de Agronegócios do BB, Ricardo Pissanti Júnior. Na ocasião foi entregue um relatório da AGROCONSULT, empresa especializada em agronegócios, e um vídeo que mostra a penúria dos pequenos produtores de café no país. Estiveram presentes também os deputados Manato (PDT-ES), Ademir Camilo (PDT-MG) e Victor Penido (DEM-MG).

Além dos parlamentares, participaram do encontro João Fernando Malosto, Presidente do Sindicato Rural de Manhumirim, Lino da Costa e Silva, Presidente do Sindicato Rural de Manhuaçu, Jefferson Salomão Fadlallah, Presidente dos Sindicatos dos Produtores Rurais de Lajinha e Elias Ferres Mansur, da Associação dos Cafés Especiais de Minas Gerais. Estes se comprometeram em enviar uma relação das pessoas endividadas ao Banco para que a instituição analise o caso. Além disso, o Diretor de Agronegócios prometeu estudar acerca das dívidas do Pronaf 97, dos produtores de Lajinha.

Segundo dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nos últimos dez anos, o preço recebido pelos cafeicultores cresceu 69%, mas esse crescimento não correspondeu ao dos custos da produção. Nesse mesmo período, os valores pagos pelos fertilizantes, mão-de-obra e os insumos cresceram até três vezes esse valor. Minas Gerais, maior produtor de café do Brasil, com 44% da produção nacional, foi o estado mais afetado com essa crise.

De acordo com a pesquisa, a Zona da Mata é responsável por 30% da produção mineira de café e 90% das propriedades são familiares, distribuídas em 102 municípios, que ocupam aproximadamente 200 mil hectares de um relevo acidentado. Outro problema também é a mecanização quase inexistente, com uma mão-de-obra responsável por 40% do custo de produção de uma saca de café.

Na reunião, o deputado Dr. Mário Heringer chamou a atenção para o aumento abusivo dos custos de produção nos últimos anos. “Devido a esse aumento, principalmente em função do crescimento dos preços de fertilizantes, defensivos e mão-de-obra, os produtores da Zona da Mata e demais regiões do Brasil vêm encontrando dificuldades para liquidação de suas dívidas. Apenas como ilustração, no município de Manhumirim, que faz parte do projeto Ativos do Café -da CNA, os fertilizantes representam 18,8% do custo de produção operacional, e a mão-de-obra outros 53,3% (dados de janeiro de 2008)”, analisa.

Ele defendeu a necessidade de repactuação das linhas da CPR, citando a angústia e o sofrimento dos produtores da Zona da Mata mineira. Segundo a AGROCONSULT, 36% do endividamento dos agricultores vêm desse financiamento.

A Medida Provisória n. 410, que trata da flexibilização da relação trabalhista do agricultor e diminui a burocracia para a categoria foi tema de outra reunião promovida pelo dep. Dr. Mário Heringer.

O motivo da discussão sobre a MP foi a emenda do dep. Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que retira a reflexibilização, dificultando a vida do agricultor, principalmente o da Zona da Mata, mas ele assumiu compromisso pessoal de retirar a emenda que prejudicaria a cafeicultura nessa área, o que pode ser considerado, segundo os presentes, uma grande vitória obtida em Brasília pela cafeicultura mineira.

Já na quarta-feira (5/03), foi a vez do Ministério da Agricultura receber os produtores rurais, que com o dep. Dr. Mário Heringer pediram ajuda ao Ministério sobre a questão das CPRs. Eles foram ouvidos pelo Secretário de Produção e Agroenergia, Célio Floriano, e pelo Diretor do Departamento do Café, Lucas Tadeu.

Segundo Floriano, o governo espera a votação da proposta orçamentária no Congresso que prevê R$300 milhões para operações oficiais de crédito, o que na teoria, poderiam ser destinadas ao café e não descartou a possibilidade de se usar os recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador para o refinanciamento das dívidas.

Nesse encontro, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lajinha, Jefferson Salomão Fadlallah, disse que as maiores dificuldades estão no custo alto de produção, nos altos encargos, no fator climático e na queda do preço do café, o que, no final das contas, gera um acúmulo de dívidas. “Quando termina a colheita, já estamos endividados. Muitos têm até vendido as propriedades para pagar o que devem. Está difícil manter o produtor na roça. Sem o café estamos liquidados”, declarou.

Breno Mesquita, Presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, também marcou presença no Ministério e chamou a atenção para a busca de parcerias. “Tudo o que foi investido, foi perdido. Temos de buscar parcerias para solucionar o caso”, afirmou.

De acordo com a CNA, o café é o segundo maior setor agrícola responsável pela formação de emprego com carteira assinada no país, perdendo apenas para a cana de açúcar.

Heringer foi o mais enfático na questão das CPRs. “Não se pode privilegiar os grandes grupos. Temos de ver a situação dos pequenos agricultores. Faço questão de lutar para que haja uma nova proposta para as CPRs. Precisamos da cooperação das autoridades, senão isso vai virar um caos na região”, disse.

Nem o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, escapou da visita do deputado Dr. Mário Heringer, que conseguiu a promessa de apoio para a causa dos produtores. No mesmo dia, à tarde, o deputado encontrou-se com o Secretário Adjunto de Microfinanças e Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, que prometeu empenho no dia 31 de março para o voto positivo no Conselho Monetário Nacional – CMN sobre a repactuação da CPR.

Por outro lado, a equipe técnica da CNA está elaborando propostas de transformação de dívidas privadas, tais como a Cédula de Produto Rural- CPR (Lei 8.829/94), através da operacionalização de uma linha de crédito especial mediante financiamento com recursos do FAT – Giro Rural (Resolução n° 521 de 18 de dezembro de 2006) ou ainda, através da operacionalização de uma linha de crédito do Fundo de Recebíveis do Agronegócio – FRA (Lei 11.524/07), que admitiu a liquidação de dívidas dos produtores, utilizando recursos das exigibilidades e outros. A idéia é entregar as propostas ao Governo para que haja uma solução eficaz ao endividamento dos cafeicultores.

Programa sobre Simpósio de Cafeicultura será transmitido no Canal Rural

A diretoria da Aciam confirmou a transmissão especial do 12º Simpósio de Cafeicultura em rede nacional. O evento acontece a partir do dia 12 no Parque de Exposições da Ponte da Aldeia. O debate de abertura do Simpósio será transmitido pelo Canal Rural, do Grupo RBS.
Além do desenvolvimento do setor cafeeiro, o Simpósio de Cafeicultura de 2008 vai projetar a cidade de Manhuaçu para o cenário nacional através da discussão sobre os rumos do agronegócio café. Para garantir esse resultado, a Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu (Aciam) e a Associação de Cafés Especiais (Scamg) firmou parceria com o Canal Rural, pertencente ao Grupo RBS.
A abertura do Simpósio será marcada pelo Debate sobre os rumos da Cafeicultura no Brasil. Essa parte da programação será transmitida ao vivo para todo o país pelo Canal Rural. Emissora sintonizada pela parabólica e tv por assinatura com tradição no segmento agronegócio.

Além do jornalista Sérgio Braga, estarão participando do debate o Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais – Gilman Viana Rodrigues, o Engenheiro Agrônomo do MAPA/PROCAFÉ José Braz Matiello, o cafeicultor e Diretor da ACIAM e da SCAMG Mauro Heringer e o Diretor da Porto de Santos Comércio e Exportação Nelson Carvalhaes.

Outro momento importante é o Programa Mercado & Cia. que será transmitido pelo Canal Rural às 13 horas a partir do Simpósio de Cafeicultura, no Parque de Exposições da Ponte da Aldeia.

Carlos Henrique Cruz – 08/03/08 – 19:10
Fonte: www.simposiodecafeicultura.com.br

Vereadores pedem intercessão sobre descaso das agências do INSS



O deputado Mário Heringer recebeu, nesta quinta-feira (28), em seu gabinete político em Brasília, as ilustres presenças dos vereadores do município de Timóteo, Virgínia Scarpatti e Geraldo Ferreira, ambos do PDT.

Eles vieram solicitar a ajuda do deputado em relação ao atendimento nas agências da Previdência Social da Região Metropolitana do Vale do Aço – MG , além de buscarem atender os reclames dos segurados com realção a morosidade no julgamento dos recursos administrativos, maus tratos e descaso das agências. O deputado vai investigar e interceder junto às autoridades responsáveis sobre o caso.

Produtores de café tem nova opção para parcelamento de dívida

cafe_39 O Deputado Mário Heringer continua a luta junto às autoridades competentes sobre a dívida dos produtores rurais, especialmente os produtores de café de Minas Gerais. O Deputado Mário informa que o Conselho Monetário Nacional – CMN decidiu, em reunião ocorrida dia 31 de janeiro passado, que os produtores de café devedores de empréstimo Funcafe Colheita com vencimento para 28/02/08 podem optar por dividir a dívida em 4 prestações de 25% cada da seguinte forma: 25% em 28/02/08 isto é de entrada, 25% 06 meses após a entrada isto é após 28/02/08; 25% 01 ano após isto é em 28/02/2009; e o restante mais 25% em 28/02/2010. serão mantidos as taxas de juro do contrato original.

Também diz que foi votado naquela reunião, a garantia ao cafeicultor que possui dividas do Funcafe, alongamento 12 anos, e que vencem em fevereiro a março, um prazo extra de espera para 31/03/08, data esta em que já se espera ser possível ter sido renegociado um maior prazo como também a redução de juros do contrato original.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Com pesar, registro a grande perda que sofreu ontem o Estado de Minas Gerais, com o passamento do grande companheiro, amigo e médico Agostinho Patrus, que também foi Deputado Estadual por 6 mandatos consecutivos. Na última eleição, ele resolveu transferir para seu filho, Agostinho Patrus Filho, a missão de servir ao povo de Minas Gerais.

Agostinho Patrus, que era um homem tranqüilo, de bom trato, educado, carinhoso, atento e atencioso e muito vai fazer falta à política do Estado, trabalhava atualmente na Vice-Presidência da Companhia Energética de Minas Gerais — CEMIG. Polivalente, foi também Secretário de Obras, ou seja, jogava nas 11, como dizem os mineiros, e, o mais importante, com grande carinho e amizade. Dessa forma, deixo o meu abraço à família Patrus, fazendo votos de que tenham tranqüilidade e paz no coração nesse momento de dor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sindicatos de cafeicultores buscam soluções para endividamento da classe

Leia abaixo o ofício enviado pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Manhumirim, Manhuaçu e Lajinha, para a Diretoria de Reestruturação de Ativos em Brasília.

Manhumirim, 20 de fevereiro de 2008

Sr. Diretor.

Dando continuidade as negociações mantidas com esta R. Instituição Financeira no que tange a dívidas de cafeicultores de nossa região de atuação, Lajinha, Manhuaçu, Manhumirim, Alto Jequitibá, São João de Manhuaçu, Mutum, Espera Feliz e outros Municípios da Zona da Mata Mineira, informamos que diversos Produtores Rurais devidamente acompanhados pelos Presidentes dos Sindicatos abaixo nominados estiveram, no dia 31.01.2008, na URR- JUIZ DE FORA-MG, oportunidade em que fomos recebidos pelos Srs. José Belchior Paim, Carlos Emanoel R. Bertel e André. Pela primeira vez na história regional os cafeicultores representados por seus Sindicatos estão buscando uma solução amigável visando sanar o grave endividamento da classe.

Nesta data, reuniu-se os Presidentes dos Sindicatos de Produtores Rurais de Manhuaçu, Manhumirim e Lajinha e Produtores, ante a tamanha frustação com a visita a URR-JUIZ DE FORA e as notícias veiculadas sobre o desate da questão. Resolveram então levar ao seu conhecimento todo o acontecido que é o seguinte:

No início da reunião ficou claro que não havia nenhuma intenção em negociar fora das bases pré – estabelecidas pelo Banco o que estava ocasionando desconfiança e desconforto aos presentes. Após relatos de alguns Produtores, inclusive alguns de forma emotiva, sempre demonstrando vontade de adimplir a obrigação, mas que é necessário prazos alongados e juros compatíveis, ficou decidido que as dívidas seriam negociadas  diretamente nas Agências, caso a caso, em oportunidade própria, com a presença do Gerente da URR.

De acordo com os contatos mantidos em Juiz de Fora/MG, todos estranharam o comportamento do Gerente da URR, Sr. José Belchior Paim, pois tínhamos expectativa de sermos recebidos de forma amistosa e para buscar uma solução para o caso, eis que encaminhados por V.Sa, mas, ao que parece, não existe nenhuma proposta diferenciada para solucionar o problema, chegando até mesmo em determinado momento o Sr. Gerente ter utilizado de deboche, afirmando que o cafeicultor paga a Farmácia, o açougue, o armazém, mas o amiguinho da esquina que seria o Banco, nunca. Ao ser informado pelos presentes de que estávamos desenvolvendo ações administrativas e políticas, foi o Gerente Paim, claro ao afirmar que ações políticas não surtem resultado e que não acredita em Deputado.

Solicitamos sua especial intervenção junto a URR de Juiz de Fora-MG,  no sentido de permitir que seja dilatado prazo para pagamento da primeira parcela da dívida a ser renegociada, exclusão de multas de inadimplemento, juros compatíveis com a capacidade de pagamento de produtores etc….

Somos sabedores de que o banco pode negociar dívidas vencidas e vincendas com linhas de crédito de CPR FISICA E FINANCEIRA E PRONAF, sem necessidade de intervenção governamental. Na Região existe urgente solução para estes problemas, inclusive que os PRONAFs CUSTEIO E INFRA-ESTRUTURA já renegociados pelas bases apresentadas pelo banco sejam revistas, pois senão haverá inadimplemento já na próxima parcela que vencerá este ano.

Atenciosamente.

LINO DA COSTA E SILVA
PRESIDENTE DO SPR MANHUAÇU

JEFFERSON SALOMÃO FADLALLAH
PRESIDENTE DO SPR LAJINHA

JOÃO FERNANDO MALOSTO
PRESIDENTE DO SPR MANHUMIRIM

Conselho define distribuição dos recursos do Funcafé para 2008

O CDPC (Conselho Deliberativo da Política do Café) realizou sua 55ª Reunião Ordinária, a qual contou com as presenças do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, dos secretários Silas Brasileiro (Executivo) e Manoel Bertone (Produção e Agroenergia), bem como do diretor do Dcaf (Departamento do Café), Lucas Tadeu Ferreira, além dos representantes de todos os setores privados da cafeicultura.

Ao longo do encontro, destacou-se a definição da distribuição dos recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira), que, em 2008, somam R$ 2,4 bilhões. Desse total, R$ 453 milhões são destinados às linhas de custeio; R$ 496 milhões à colheita; R$ 898 milhões para a estocagem; R$ 313 milhões às linhas de FAC (Financiamento para a Aquisição de Café); e R$ 240 milhões para investimentos. Os titulares do CDPC também aprovaram o encaminhamento de um novo voto, referente às dívidas da cafeicultura, ao CMN (Conselho Monetário Nacional).

O consentimento sobre a realização de um workshop, envolvendo todos os segmentos da cafeicultura nacional, para a apresentação de alternativas e soluções estruturais ao setor também merece destaque. Com recursos do Funcafé, pretende-se contratar uma empresa para entrevistar dirigentes de cada segmento da cadeia, bem como pessoas de notório saber ligadas à atividade, para que, com base nas informações desse levantamento, seja realizado, em parceria com o CIC (Centro de Inteligência do Café), um trabalho conjunto, o qual servirá como novo Plano Diretor do Agronegócio Café.

A realização de leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) para café foi outro item constante na pauta da reunião do Conselho Deliberativo. A respeito do programa, os membros do CDPC chegaram ao consenso que, caso necessário, ele será realizado com recursos das 2OC (Operações Oficiais de Crédito).

Um ponto que merece completo destaque está ligado diretamente à representação política do setor. O deputado federal Carlos Melles, presidente da Frente Parlamentar do Café, em seu pronunciamento, mencionou a necessidade de subsídios aos produtores nacionais, bem como da criação de marcos regulatórios. Ao embasar seu pleito, lembrou que outros segmentos foram fortemente subsidiados, como no caso da indústria cafeeira, a qual teve acesso, no passado recente, a estoques governamentais por valores inferiores a US$ 30.

Melles criticou, ainda, o representante do Ministério da Fazenda presente na reunião, senhor Gilson Bittencourt, por não ter dado o devido crédito ao recente estudo da Agroconsult, o qual demonstrou a crise do setor de produção, expondo que a dívida foi acumulada, a partir do ano 2000, devido ao fato dos produtores estarem comercializando suas safras a valores menores do que os custos de produção.

O deputado federal Mário Heringer defendeu a necessidade de repactuação das linhas de CPR (Cédula de Produto Rural) citando a angústia e o sofrimento dos produtores da Zona da Mata de Minas Gerais, os quais não tiveram acesso a outras linhas de financiamento e, hoje, conseqüentemente, encontram-se altamente comprometidos com a CPR.
Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados Federais, Marcos Montes relatou o apoio recebido do governador de Minas Gerais — maior produtor de café do Brasil —, Aécio Neves, que atendeu sua solicitação e, demonstrando ciência da importância da  cafeicultura para o Estado, interveio junto ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pedindo apoio ao voto encaminhado para o CMN, no mês passado, referente ao endividamento.

Os deputados federais José Fernando e Rocha Loures demonstraram grande ímpeto na defesa do setor, tendo endossado as reivindicações feitas por seus companheiros parlamentares e pelo setor produtivo da cafeicultura nacional — dignamente representado pelos membros da Comissão Nacional do Café da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e do CNC —, e, também, solicitaram um maior apoio aos produtores nesse difícil momento que vive a atividade. Apesar dos preços internacionais em bons níveis, o cafeicultor brasileiro vem negociando seu produto abaixo dos custos de produção em função da política macroeconômica adotada pelo governo federal, a qual acarreta na atual desvalorização do dólar frente ao real.

Também marcaram presença na reunião de ontem do CDPC os deputados Odair Cunha e Geraldo Thadeu. Em nosso ponto de vista, a cafeicultura tem condições para se restabelecer, proporcionando renda e dignidade aos seus principais agentes — os produtores —, haja vista a distribuição dos recursos do Funcafé, a aprovação do encaminhamento de um novo voto ao CMN, o apoio político recebido dos parlamentares ligados à atividade cafeeira, a confirmação da realização de um novo programa de Pepro para apoiar os produtores na comercialização da safra futura, caso necessário, e a formulação de um novo Plano Diretor que crie políticas e estratégias eficazes para a sustentação do setor produtivo.

Finalmente, ficou claro, nesta reunião do CDPC, que o ministro Reinhold Stephanes reconhece as dificuldades enfrentadas pelo setor, uma vez que mencionou que o café foi a única commodity cujo preço não subiu, e que pretende dar todo o apoio necessário para a recuperação da produção cafeeira nacional.

Para saber mais:
Revista Cafeicultura
Conselho Nacional do Café

Juiz de Fora pode ter mais seis cadeiras na Câmara

Juiz de Fora pode ganhar mais seis vereadores no próximo ano. Os deputados Pompeo de Mattos (PDT), Mário Heringer (PDT) e Vítor Penido (DEM) chegaram a um acordo na última terça-feira para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição 333/04, conhecida como PEC dos Vereadores, nos moldes do que foi proposto em emenda aglutinativa.

Pelo texto, cidades com população entre 450 mil habitantes e 600 mil habitantes, como Juiz de Fora, passarão a ter, no máximo, 25 vereadores. Atualmente, a Câmara juizforana conta com 19 cadeiras. Apesar do aumento no número de parlamentares, no entanto, a proposição diminui os repasses para o Legislativo. De acordo com a matéria, o percentual que cada município destina ao parlamento – hoje fixado entre 5% e 8% – cairá quase à metade, ficando entre 2% e 4,5%.

O deputado Vítor Penido chegou a apresentar outra emenda, estabelecendo uma queda ainda maior para o valor mínimo do repasse – 1,5% -, assim como um aumento menor no número de cadeiras legislativas em cidades do porte de Juiz de Fora, que voltaria a ter 21 vereadores. O democrata, contudo, alegou que os números criariam dificuldades para a aprovação da matéria e decidiu voltar atrás. “O mais importante não é o número de vereadores, mas a diminuição da verba”, justificou ele.”Se cada município tem que destinar 15% de sua receita para a saúde, como podemos admitir que mais da metade desse valor vá para o Legislativo?”, questionou. Segundo Penido, os cálculos mostram que a economia para as prefeituras será de, aproximadamente, R$ 1,5 bilhão por ano.

Embora o acordo entre os três defensores da PEC esteja fechado, a aprovação da matéria depende da liberação da pauta do plenário, sobrestada por medidas provisórias. “Votar nesta semana e na próxima será praticamente impossível, já que há cinco medidas provisórias trancando a pauta”, explicou Penido. O deputado acrescentou, porém, que a expectativa é conseguir aprovar o projeto em, no máximo, dois meses. “É importante votar até, estourando, dia 15 de abril, para dar tempo de enviar ao Senado e retornar à Câmara para a redação final.”

Caso a PEC não seja aprovada no Congresso até 30 de junho, fica valendo, para as próximas eleições, o número de parlamentares definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deve ser divulgado até 5 de março. Os riscos de deixar a decisão nas mãos do TSE foi apontado pelo deputado Júlio Delgado (PSB): “Caso a Câmara não consiga votar a PEC dos Vereadores até o início das convenções, ficará, mais uma vez, comprovada a nossa incompetência e, mais uma vez, o Judiciário vai atuar como Legislativo.”

Fonte: Jornal Tribuna de Minas

Conselho Monetário aprova medidas para o setor cafeeiro

Como é do conhecimento de todos, o Deputado Mário Heringer vem, desde o ano passado, promovendo encontros e reuniões no sentido de prolongar a dívida dos produtores de café, especialmente para os agricultores de baixa renda da Zona da Mata.

Diversos expedientes foram encaminhados para as autoridades do Governo Federal, entre eles o Presidente Lula e Ministros de Estado, como o do Planejamento, Agricultura e Orçamento, contendo dados relevantes sobre as dificuldades dos atuais inandimplentes. O endividamento do setor rural brasileiro é grave e ameaça o setor agrícola nacional.

No dia 24 de janeiro deste ano, aconteceu a última reunião que contou com a presença de representantes da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural – CAPADR, da Câmara dos Deputados, entre eles o Deputado Mário heringer, do Ministro das Relações Institucionais, Deputado José Múcio Monteiro, do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Deputado Reinhold Stephanes, e do Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Como resultado das inúmeras discussões ocorridas, o Conselho Monetário Nacional – CMN, em reunião ocorrida em 31 de janeiro de 2008, aprovou medidas regulamentadas pelo Banco Central do Brasil através dos seguintes normativos:

  1. Resolução nº 3.537, de 31/01/2008:

a) Autorizou a concessão de prazo adicional até 31/03/2008, para que mutuários efetuem pagamentos, mantidas as condições de adimplência, das prestações com vencimento entre 1º de janeiro de 2008 a 30 de março de 2008, relativas às seguintes operações:
à Renegociadas ao amparo do art. 5º, § 3º da Lei nº 9.138, de 1995 (Securitização I e II), adquiridas ou desoneradas de risco pela União, ou mantidas com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento;
à Renegociadas ao amparo do art. 5º, § 6º da Lei nº 9.138, de 1995 e na forma da Resolução nº 2.471, de 1998 (PESA), adquiridas ou desoneradas de risco pela União, ou mantidas com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento;
à Contratadas ao amparo do Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária (RECOOP);
à Alongamento do FUNCAFÉ, cujos créditos foram recebidos pela União em dação em pagamento por força da Medida Provisória nº 2.196-3, de 2001.

b) Promoveu alteração nos prazos para formalização de operações renegociadas ao amparo da Lei nº 11.322, de 2006 – Área de abrangência da ADENE, nas seguintes condições:
à Até 31 de março de 2008, para as instituições financeiras formalizarem as repactuações realizadas ao amparo das Resoluções nº 3.404, 3.407 e 3.408.

  1. Resolução nº 3.538, de 31/01/2008 – Autorizou a concessão de prazo adicional para dívidas relativas a financiamento de despesas de custeio, colheita e estocagem de café das safras 2005/2006 e 2006/2007, ao amparo de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (FUNCAFÉ), estabelecidas as seguintes condições:

à        Prazo até 29/02/2008 para pagamento das prestações com vencimento entre 02/01 a 28/02/2008;

  1. Operações de estocagem de café:

à Pagamento até a data do vencimento, de no mínimo 50% do valor de cada parcela com vencimento entre 02/01 a 30/06/2008, considerando o prazo adicional até 29/02/2008;
à Prorrogação de até 50% do valor de cada parcela por até 6 meses contados a partir do vencimento original de cada parcela.

  1. Operações de custeio e colheita de café:

à Pagamento até a data do vencimento, de no mínimo 25% do valor de cada parcela com vencimento entre 02/01 a 30/06/2008, considerando o prazo adicional até 29/02/2008;
à Prorrogação de até 75% do valor de cada parcela, respeitado o seguinte cronograma de reembolso:

    1. Pagamento de 25% da parcela prorrogada no prazo de até 6 meses contados a partir do vencimento original de cada prestação;
    2. Saldo devedor remanescente (50% da parcela prorrogada), em duas prestações anuais, iguais e sucessivas, respeitado o fluxo de receitas da atividade e a data limite de 30 de dezembro de 2010 para vencimento da última parcela.

ANÁLISE TÉCNICA CONCLUSIVA:

  1. Em relação à Resolução nº 3.537, de 31/01/2008:

A proposta da Comissão de Agricultura em relação aos débitos rurais estava concentrada no sentido de manter os vencimento prorrogados de 17/12/2007 para 15/02/2008 e suspender os vencimentos até 31/03/2008, das demais operações de crédito rural que compõem a Agenda de Trabalho Interministerial definida em acordo com o Governo, desde agosto de 2007.
A suspensão do vencimento deveria ocorrer, tendo em vista a análise e o estudo que vem sendo realizado para todo o conjunto de dívidas enumerado no citado documento, respeitando a data limite sugerida pelos Ministérios da Fazenda, Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, para apresentação do estudo e do anúncio das possíveis medidas que serão adotadas.
Em relação aos contratos beneficiados com o efeito suspensivo do vencimento, temos as seguintes considerações:
a)- Operações alongadas ao amparo do art. 5º, § 3º da Lei nº 9.138, de 1995 (Securitização I e II) têm seus vencimentos anuais fixados para 31/10 e operações alongadas ao amparo do art. 5º, § 6º da Lei nº 9.138, de 1995 e pela Resolução nº 2.471, de 1998 (Programa de Saneamento de Ativos – PESA), tem seus vencimentos concentrados nos meses de agosto e novembro e uma pequena parcela em março. Com raras exceções, os vencimentos seriam fixados para o período de 02/01 a 31/03. Portanto, não terá nenhum efeito prático;
b)- No caso do RECOOP e das operações de Alongamento do FUNCAFÉ, apesar dos vencimentos estarem vinculados à data da contratação das operações, na prática, o número de contratos beneficiados não será significativo, apesar de atender parcialmente à demanda do setor produtivo.
c)- Ao beneficiar somente operações adquiridas ou desoneradas de risco pela União e aquelas operações mantidas com recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento, exclui do benefício operações contratadas com bancos privados, estaduais e de desenvolvimento, bem como as demais operações contratadas pelo Banco do Nordeste e pelo Banco da Amazônia.
d)- Os prazos concedidos em relação aos programas de alongamento de dívidas para a área de abrangência da ADENE, referem-se apenas à formalização do instrumento de crédito para aqueles que manifestaram no tempo regulamentar (até 28/12/2007), seu interesse em aderir aos mecanismos, portanto, os produtores que não se manifestaram, não podem renegociar seus débitos.

  1. Em relação à Resolução nº 3.538, de 31/01/2008:

As medidas anunciadas estão muito aquém das solicitações apresentadas pela cafeicultura nacional, um dos setores que mais têm sofrido com a valorização do real frente ao dólar. Apesar de o diagnóstico elaborado a pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, com a colaboração de cooperativas e do Conselho Nacional do Café – CNC, demonstrar a crise vivida pelo setor cafeeiro e a falta de renda para honrar seus compromissos, as medidas anunciadas se limitaram a uma amortização de 50% do débito de custeio e colheita no prazo de até 6 meses e o saldo remanescente em até 2 anos.
Temas abordados pela cafeicultura e tratados inclusive pelo Conselho Deliberativo da Política Cafeeira – CDPC, não foram considerados pelo Ministério da Fazenda, como a busca de uma solução para dívidas relativas à Cédula de Produto Rural – CPR, instrumento que vem sendo utilizado para o financiamento da atividade e para a rolagem de dívidas, com encargos muito acima da capacidade de geração de receitas do setor.

  1. Data limite de 31 de março de 2008:

Apesar de as medidas anunciadas não atenderem à necessária demanda do setor agropecuário nacional, elas podem sinalizar o esforço conjunto que o governo vem fazendo no sentido de buscar uma solução que todos esperamos. O anúncio formal até a data limite de 31/03/2008, contemplando o conjunto de dívidas para que a solução seja definitiva, poderá amenizar o caos que se instalou no setor a partir de 2004. As medidas paliativas anunciadas desde aquele ano apenas transferem o problema para o futuro, com o agravante de provocar o crescimento da dívida em níveis muito superiores aos de crescimento da atividade.

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