Sra. Presidenta, amigo Deputado Virgílio Guimarães, Ziza, João Baptista, torcida de homens e mulheres encantados com o nosso Clube Atlético Mineiro, de antemão prometo que, em 2108, no bicentenário, estaremos todos aqui, olhando lá de cima, com certeza. (Palmas.) Vamos completar 200 anos.
Seria redundante, repetitivo, em uma homenagem como esta, falar o que todo mundo já sabe, o que é o Galo para cada um de nós e o que o Galo conquistou. Preciso falar para os senhores o que o Galo é para mim.
Nasci em Manhumirim, cidade na divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo, muito próxima do Rio de Janeiro. Quando nasci, lá, a informação que recebíamos, a influência regional – todos os que moram na divisa de Minas sabem disso, e principalmente naquela época – vinha do Rio de Janeiro. Quem mora no sul de Minas sofre influência de São Paulo. Assim, aprendi a ser torcedor de um time do Rio de Janeiro, e o sou até hoje. Não vou citar o nome porque hoje não cabe o nome de outro time que não o do glorioso Clube Atlético Mineiro.
Em 1971, meus pais me mandaram para Belo Horizonte, para estudar. Eu, que sempre gostei de futebol, apaixonado por futebol, fui ao primeiro jogo no Mineirão. Não me lembro com quem fui, até procurei pesquisar. Chegando ao Mineirão, fui contaminado, porque entrei num jogo do Atlético e escutei 6 toques de surdo, que fizeram assim: tum, tum, tum, ti, tum, tum. E de repente a massa cantou: “Gaaaaaalo”. Estava na subida do túnel e me arrepiei. Achei que ali estava sendo recebido. E fui, pois o Tião estava batendo um córner – eu havia chegado atrasado ao jogo -, e o Dario complementou de cabeça e fez o primeiro gol. Contaminei-me, apaixonei-me pelo Clube Atlético Mineiro. Desde então venho sendo alimentado, de tempos em tempos, nesse meu vício, por um jogo por semana, que nos faz falta nas férias.
Agora, aqui na Câmara, tenho o amigo Gil, que está escondido por aqui. Não tem um dia que ele não me pergunte quando eu chego a esta Casa: “E o Galo? Como está o Galo?”
É essa maneira de ver o Atlético, de sentir essa paixão que queremos transmitir a vocês, para falar do que sentimos.
Há pouco, cantamos o Hino Nacional. Há uma parte no Hino em relação à qual algumas pessoas estão querendo fazer uma proposta de modificação. Gostaria de subscrevê-la. Ficaria assim: “A imagem do Atlético resplandece”. Não cabe falar o nome do adversário nem na hora de cantar o Hino.
É isso que queríamos, é isso que queremos. Somos assim, apaixonados. Roberto Drummond deixou isso muito bem marcado nas crônicas que escrevia, ajudando muito para que essa paixão continuasse existindo.
Estamos aqui no primeiro centenário e, como no início prometi, no segundo estaremos, pois o que nos move é o amor, é a empolgação, é o gosto pelo Galo de Minas.
Galo!
(Manifestação do Plenário.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria do Carmo Lara) – Obrigado, Deputado Mário Heringer.