Latest Posts

Cuidado com a comercialização irregular de produtos terapêuticos

“A ação vigilante é imprescindível para proteger o consumidor dos abusos e da falta de ética comercial que ameaçam a integridade do setor de produtos terapêuticos no Brasil.”
-Mário Heringer

Celulite, gordura localizada ou generalizada, calvície, rugas, mal hálito, impotência, falta de apetite sexual, dependência de tabaco, todos esses inconvenientes, para muitas pessoas, representam não apenas verdadeiros problemas de saúde, mas também fatores de comprometimento da auto-estima pessoal e de retração das interações sociais. Livrar-se desses inconvenientes torna-se uma questão central na vida das pessoas acometidas, razão pela qual muitas se dispõem a riscos e sacrifícios, fazendo uso dos mais variados produtos oferecidos no mercado, ainda que sem a devida comprovação de sua eficácia. Os consumidores desse tipo de produto, movidos pela esperança de se verem livres dos problemas que os afligem, depositam sua confiança, de um lado, no conteúdo das propagandas e nas promessas que elas apresentam e, de outro, no compromisso e na responsabilidade da ANVISA em fiscalizar a comercialização de produtos de saúde no país.

Preocupado com a qualidade dos produtos terapêuticos consumidos pela população brasileira, o Deputado Mário Heringer apresentou dois Requerimentos de Informação ao Ministério da Saúde, no âmbito da ANVISA, buscando informações relativas aos produtos: Sleepslim, Instant Fat Block, Hair Again Plus, Instant Men Fatless, Ultimate Ruga Eraser, StopSmoking Now, HalitiPlus, Celstop Plus, Desiree for Woman e Instant Power. A solicitação do Deputado Mário Heringer deveu-se a suspeitas de que os referidos produtos estivessem sendo comercializados sem registro e autorização da ANVISA.

Em resposta a um dos Requerimentos de Informação apresentados pelo Deputado Mário Heringer – RIC Nº 3.063/05, a ANVISA apresentou Memorando informando já ter procedido “a autuação da WBPC Ltda. Agência de Publicidade, em 17/05 pp, por fazer propaganda dos produtos SLEEPSLIM e INSTANT FAT BLOCK nos sites www.slimbrasil.com e www.instantfatblock.com causando erro e confusão quanto a natureza, composição e qualidade dos produtos e sem que os mesmos possuíssem registro na ANVISA para as alegações veiculadas”. Na mesma resposta, a ANVISA informa: “1. Em consulta ao banco de dados da DATAVISA, não foram encontrados registros para alimentos com as marcas SLEEPSLIM, HAIR AGAIN PLUS e INSTANT FAT BLOCK; 2. Em consulta realizada na internet sobre os produtos em questão, verificamos que não consta fabricante ou distribuidor dos produtos”. Até o dia 21 de setembro de 2005, a ANVISA ainda não havia prestado informações quanto aos demais produtos consultados.

Paralelamente a isso, o Deputado Mário Heringer enviou Ofício à ANVISA solicitando a suspensão, em todo o território nacional, da comercialização dos referidos produtos, alegando que sua apresentação ao público consumidor estaria sendo feita por meio de PROPAGANDA ENGANOSA, o que constitui INFRAÇÃO DE NATUREZA SANITÁRIA, conforme disposto no art. 25 da Resolução-RDC Nº 102, de 30 de novembro de 2000, da ANVISA. A alegação do Deputado Mário Heringer foi em parte confirmada quando da autuação da agência de publicidade WBPC Ltda. pela ANVISA.

Considerando tratar-se de tema de direito do consumidor, o Deputado Mário Heringer encaminhou à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados – CDC, cópia do Ofício apresentado à ANVISA, o qual foi prontamente encaminhado à Polícia Federal para providências, vez que a oferta de produtos terapêuticos sem registro no órgão competente do Ministério da Saúde configura CRIME HEDIONDO, de acordo com o art. 273 do Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei Nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.

A ação vigilante do Deputado Mário Heringer na defesa dos direitos do cidadão brasileiro tem sido imprescindível para proteger o consumidor dos abusos e da falta de ética comercial que ameaçam a integridade do setor de produtos terapêuticos no Brasil.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pela ordem:


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

o assunto que hoje nos leva a assumir a tribuna desta Casa já motivou muitos jornalistas e colunistas dos meios de comunicação de massa a divulgarem matérias. Estamos falando dos excessivos gastos em publicidade dos entes federados, que, via de regra, oneram desnecessariamente o Erário.

As incontáveis veiculações e inserções diárias de propagandas e gastos em publicidade governamentais nos 3 níveis da Federação, tanto da administração direta quanto indireta, têm lesado os cofres públicos sem qualquer critério, relevância ou benefícios para a população, pois buscam tão-somente saciar a vaidade do administrador ou pretensões políticas das agremiações partidárias, voltadas para a perpetuação no poder.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não é por acaso que cresce, ao meio de crises infindáveis que assolam nossa Nação, a tese do déficit zero para as contas públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluindo-se aí os gastos com propaganda e publicidade.

Não obstante, isso significaria mexer, uma vez mais, na Constituição Federal, uma vez que alguns dispositivos – não todos – vinculam receitas e, sendo assim, forçam gastos.

Entendemos que nossa “Constituição cidadã” já foi por demais vilipendiada, colocando, inclusive, em xeque a expressão do Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, o saudoso Deputado Ulysses Guimarães.

Como pode ser uma Constituição cidadã se a cada alteração os resultados produzidos são contrários ao interesse público, contrários ao cidadão, contrários aos princípios que motivaram o Constituinte originário a conceber – em 1988 – um texto voltado à defesa do ser humano, da vida e da justiça?

Para termos uma noção aproximada dos gastos governamentais com publicidade, e considerando que a fonte das informações repousa na Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República – portanto, são dados oficiais -, somente em 2004, a administração direta, isto é, todos os órgãos federais, e a indireta, todas as empresas governamentais, gastaram juntas, pasmem, R$867.124.025,95, distribuídos entre os seguintes veículos de comunicação: televisão, jornal, revista, outdoor, Internet e outros.

Valor esse, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, superior aos mesmos gastos, em 2003, em 41%.

Para se ter uma idéia, o veículo de massa preferido dos “narcisos de plantão” é a televisão, com R$510 milhões, seguido, de longe, pelos jornais, com R$108 milhões.

Nos anos de 1998 a 2004, conforme divulgação da SECOM, os gastos com “Investimento em Mídia” do Governo Federal – somente do Federal – somaram um valor próximo a R$5.288.371.046,33.

Imaginem esse volume de recursos distribuídos e aplicados na educação, na saúde e na infra-estrutura.

Mas, justamente para que não se cortem os recursos para a publicidade e propaganda é que, por opção dos governantes, são cortados recursos para os programas sociais. Que ironia!

Mais ainda, considerando que essas informações não se dão de forma consolidada, isto é, o Governo Federal não publica balanços discriminados e editais, podemos deduzir, sem margem para erro, que os valores finais podem ser e são maiores que os oficialmente admitidos.

Não basta a existência da Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000, se o próprio Governo Federal não der um claro exemplo para garantir a racionalidade dos gastos governamentais em publicidade, da administração direta e indireta e dos demais entes federados.

Tampouco basta ter a aplicação dos recursos governamentais aprovados pelos Tribunais de Conta, uma vez que esses examinam as formalidades contábeis e as rubricas orçamentárias e não a desnecessidade da aplicação, por exemplo, de recursos substanciais em propaganda e publicidade.

Se os valores oficiais demonstram a exorbitância dos gastos do Governo Federal com publicidade, imaginemos – se possível – os gastos somados dos demais entes da Federação.

Há que se dar a devida atenção à máxima “Governar é gastar bem”. Entenda-se, todavia, gastar bem como gastar somente com o que é essencial ao bem-estar do povo, e não como “gastar muito”.

Ademais, seria um valoroso e magnífico exemplo a redução dos gastos com propaganda, que, neste momento de crise política e econômica, daria, por certo, maior credibilidade à gestão pública pátria.

Hoje, pelo contrário, o Brasil é um dos países que mais gastam com publicidade estatal em todo o mundo.

Os Governos Federal, Estaduais e Municipais investem em propaganda mais de 7% de tudo que é absorvido pelo setor, enquanto os Estados Unidos, considerando tratar-se da maior economia do planeta, gastam 1,63% do setor daquele país, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, de 10 de novembro de 2003. A Austrália gasta 3,78%, seguida pelo Canadá, com 3,74%. Os demais países ficam abaixo de 3%, segundo dados do Observatório de Imprensa, de 11 de novembro do mesmo ano, ainda não atualizados.

Na América Latina, o país que mais se aproxima do campeão Brasil é o Peru, onde os “investimentos” com publicidade governamental são de 4,88% do total do mercado.

Não bastam críticas, não bastam discursos. Há que se ter ação propositiva.

É assim que pensamos, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

Por isso, com o intuito de contribuir para esse grande desafio, apresentamos o Projeto de Lei Complementar nº 296/2005, com o escopo de normatizar quais os investimentos permitidos e quais os vedados, bem como os requisitos imprescindíveis para aqueles passíveis de veiculação.

Dentre os requisitos, pautamos nossa preocupação em definir os conceitos, ainda que genéricos, de relevância e interesse público para, assim, evitarmos os excessos praticados, por exemplo, na edição de medidas provisórias, nas quais o Presidente da República inobserva os pressupostos de urgência e relevância por não haver sua conceituação.

Ao conceituarmos interesse público, voltamo-nos para a profética afirmação de Theodore Roosevelt de que “a maioria do povo cometerá dia a dia menos erros governando-se a si própria do que qualquer grupo mais restrito de homens tentando governar a todos”.

Não temos, todavia, a pretensão de ensejar que os conceitos previstos em nossa proposta de projeto de lei complementar sejam perfeitos e acabados, mas demonstramos cabalmente nossa intenção de evitar a omissão como forma de permitir, na lacuna da lei, mau uso ou escusas razões para a violação da lei e a ingerência no Erário.

Mais que isso, não queremos, sem padrões objetivos fixos, proclamarmos com absoluta segurança que as massas têm sempre agido com sabedoria e inteligência. Nem podemos dizer que elas são igualmente competentes para julgar umas e outras questões que tratam de assuntos muito além da experiência e do interesse comuns do cidadão médio.

Mas a evidência nos conduz, sem margem a erro, à conclusão de que, em amplas questões de diretrizes sociais, econômicas e políticas, as opiniões das massas parecem mostrar um grau notavelmente alto de senso comum.

Esse senso comum, estruturado numa base comum, sustenta todas as corretas relações públicas, amalgamadas em padrões e noções simples de ética e boa gestão aceitos em todas as definições possíveis e imagináveis de bem-estar público.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, esperando que nossa denúncia – ainda que não seja inédita – possa mobilizar esta Casa para, em Comissão Especial, discutir o assunto e, se possível, contar com a aquiescência de todos para a aprovação de uma propositura consentânea com as necessidades de nosso País, envolto em toda sorte de dificuldades e que, por essa razão, não deve imolar seu povo pela sangria do Erário em despesas fúteis e de índole personalista e narcisista.
Muito obrigado.

Comissão aprova regionalização de livros didáticos

videos_02

Programa Câmara Hoje

Veja o aqui o vídeo do programa

Para salvar: Clique com o botão direito e selecione:
“Salvar destino como…”
É necessário o Windows Media Player.

Resumo: É mais fácil aprender o que está próximo. Essa foi a tese da vida do educador Paulo Freire. E foi com base nessa idéia que a Comissão de Educação e Cultura aprovou um projeto de lei, do deputado Mário Heringer. A proposta é fazer com que os livros didáticos comprados e distribuídos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação dêem destaque para a cultura e biodiversidade de cada região.

Fonte: TV Câmara

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pela ordem:


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

Desde o surgimento do marketing político, as campanhas políticas tornaram-se milionárias e, conseqüentemente, inatingíveis para aqueles que não dispõem de recursos. Os custos dessas campanha passaram a ser até uniformizados. Existem inclusive tabelas divulgadas reiteradamente pela imprensa, com os custos redondos e necessários para se eleger Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou Vereador. Isso para nos limitarmos aos cargos proporcionais, pois, com relação aos cargos majoritários, de Prefeito a Presidente da República, essas cifras atingem valores ainda maiores, estratosféricos, inimagináveis para a maioria da população.

Várias são as alterações necessárias, Sras. e Srs. Deputados, para tornar nosso processo político mais honesto e transparente, mas creio que uma das principais causas do nosso aviltamento político é a disputa cada vez mais acirrada no campo da publicidade. Estamos hoje na mesma categoria dos produtos comerciais, exigindo-se a cada eleição campanhas mais agressivas e sofisticadas, e, por conseguinte, também vultosos recursos, muitas vezes de origem obscura, que são gastos sem qualquer controle nem transparência. Os resultados funestos dessa prática são hoje sobejamente conhecidos, e o comprometimento de quem se elege dessa forma é implícito.

A agressividade do marketing político atingiu tamanho requinte que muitas empresas do setor utilizam descaradamente estratégias comerciais para divulgação. Vale inclusive registrar algumas delas: “A proposta que temos é de uma estratégia inteligente para tratar cada segmento de seus eleitores de forma eficaz. São técnicas utilizadas por bancos, administradoras de cartões de crédito, redes de varejo (…), enfim, empresas que buscam conhecer ao máximo cada cliente para poder cativá-los cada vez mais”. “Utilize sua imagem de forma eficiente para atingir o seu público alvo. Buscamos, através de pesquisas de campo, detectar as necessidades desse público alvo para direcionar a sua campanha”. “Todo esse trabalho vai resultar na aprovação de seu eleitorado, com resultados concretos no número de votos”.

Isso não é, definitivamente, Sras. e Srs. Deputados, fazer política com decência. O eleitor está sendo iludido por superproduções hollywoodianas, e é uma afronta que isso aconteça em um País de tantas disparidades sociais como o nosso.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Escola Estadual de Manhuaçu-MG promove o maior desfile da região


Júlio Caetano Dias, Reinaldo Miranda, deputado federal Mário Heringer, Getúlio Alves Vargas, Raimundo Lopes e Fábio Soares – representante do prefeito Sergio Breder.
Rita de Cássia Alves – inspetora escolar 20ª SRE, Malvino Lopes, Mário Heringer e o diretor Júlio Caetano Dias – Escola Estadual Dr. Eloy Werner


Usando da tradição, a Escola Estadual Dr. Eloy Werner, localizada no Distrito de Realeza, município de Manhuaçu, promoveu um dos maiores desfiles cívicos da região, na tarde da última quarta-feira, sete de setembro. Demonstrando estarem em dia com os acontecimentos no Brasil e do mundo, os mais de mil alunos, tanto da sede como também dos endereços anexos de Vilanova, Santo Amaro de Minas e São Pedro do Avaí, abordaram inúmeros temas polêmicos e atuais. Durante várias horas, a avenida principal da sede do Distrito se transformou em uma passarela colorida por pessoas e adereços, em um gesto de plena manifestação de cidadania e arte. Para os organizadores e o seleto grupo de autoridades que compuseram o palanque, o evento surpreendeu e marcou a história da localidade, como uma das mais brilhantes realizações desse gênero já promovida.

Em forma de pelotões, os estudantes retrataram assuntos como: paz; meio ambiente; imigração; símbolos nacionais; corrupção; educação; esportes; violência; e o ano internacional da física, com direito a efeitos especiais. Na oportunidade, foram prestadas também importantes homenagens aos cem anos do Rotary Internacional e da Companhia Força e Luz Cataguazes–Leopoldina e ainda, para a saudosa professora Ejane Firmino dos Santos.

O ritmo da marcha do desfile foi marcado pelo som de uma magnifica e intensa fanfarra, integrada por estudantes da sede do educandário e da extensão em Vilanova, sob o apito do regente Adriano Dutra Carvalhos.

Ao findar do desfile três momentos chamaram a atenção dos presentes. A apresentação musical com a participação do aluno Robson Dutra, o pronunciamento do diretor da escola, Júlio Caetano Dias, com ênfase nos agradecimentos à Prefeitura de Manhuaçu pelo suporte e nos elogios aos responsáveis pela atividade, e o sorteio de um televisão, 20 polegadas, doada pelo deputado federal Mário Heringer (PDT/MG). O sorteio serviu para arrecadar fundos a serem utilizados na aquisição de instrumentos musicais para a fanfarra da escola.

(Senisi Rocha)

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pela ordem:


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

não é sem razão que toda a mídia tem abordado com ênfase, nos últimos dias, os grandes escândalos de corrupção que assolam o País, enfatizando sobretudo os riscos que estamos correndo com esse desenfreado processo, que deixa o cidadão enojado e estupefato diante de tanta desfaçatez. São óbvios e inerentes os prejuízos que a sociedade absorve ao ver que a corrupção que domina a administração pública é regra, e não exceção. Não escapam das denúncias nem mesmo algumas instituições que, pelo menos teoricamente, deveriam manter as suas atividades exclusivamente direcionadas para o plano espiritual. Hoje o cidadão comum, provido de candura e boa-fé, acompanha com um amargo gosto na boca a total degradação de nossas instituições. O gosto amargo das esperanças dilaceradas, do triunfo do mal, da corrupção dos costumes.

Esse desânimo que se apossa do povo, Sras. e Srs. Deputados, é o mais perigoso dos sentimentos. Por instinto de sobrevivência, muitos cidadãos de bem passam a adotar uma postura de cinismo – e vale aqui o significado mais pejorativo da palavra – diante de tanta podridão. Os valores éticos e morais passam a ser minimizados diante do triunfo dos maus. Nossa sociedade adota como parâmetro de sucesso a capacidade do indivíduo de amealhar fortuna. O cidadão é hoje admirado pelo patrimônio que conquista, por mais escusos que possam ser os métodos que utiliza para atingir esse objetivo. Encaramos o homem economicamente bem-sucedido como se fosse um vencedor. Não importa de que forma esse enriquecimento foi alcançado.

O conceito de elite, até há pouco tempo, era dimensionado pelo estofo intelectual do indivíduo. Sua inserção na camada mais alta da sociedade dependia unicamente de suas idéias, da sua importância para a comunidade. Era necessário pelo menos que suas palavras e idéias cativassem multidões. Alguns poucos conseguiam furar esse bloqueio pelo poder do dinheiro, mas eram sempre encarados com reservas. Hoje o estofo intelectual, a probidade, a ética e a moralidade são dispensáveis para que o indivíduo se insira na mais alta casta social. Nossa elite é hoje formada por endinheirados. Muitos criam falsos impérios econômicos, como bancos e empresas de grande porte, posam de mecenas, são bajulados pelos poderosos, e continuam impunes mesmo após os seus castelos ruírem, causando enormes prejuízos a boa parcela da sociedade. A ENCOL e o Banco Santos são alguns desses exemplos mais recentes.

Um dos piores subprodutos da corrupção, Sr. Presidente, é o mau exemplo que o corruptor dissemina pela sociedade. Sua atitude causa uma infecção generalizada na população e joga por terra todos os valores que devemos cultivar. Matérias de revistas desta e de outras semanas enfocam com bastante propriedade os malefícios que a corrupção causa à nossa economia. Por outro lado, reconhecem que acabar completamente com ela é uma utopia, mas conseguir atingir um nível aceitável e correspondente apenas à fraqueza inerente da condição humana já seria um grande avanço.

Para isso, no entanto, é necessário que o Estado esteja disposto. A administração pública deve ser movida pelos princípios que a regem: da legalidade, da igualdade, da razoabilidade, da motivação, da moralidade administrativa, da publicidade e da impessoalidade. É óbvio que o Estado, ao contrapor os interesses políticos a esses princípios, colabora consideravelmente para que as aves de rapina atuem com desenvoltura. Uma chocante desenvoltura, que deixou a população estupefata nas matérias veiculadas pela mídia nos últimos dias.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Mário Heringer recebe visitas ilustres






Políticos, amigos e eleitores do Deputado Mário vieram à Brasilia acompanhar de perto, dia 25 de agosto, o julgamento da ADIN – Ação Direita da Incostitucuinalidade, representado pelo partido PDT. O plenário manteve a resolução do TSE sobre…

O Deputado Mário os recebeu em sua residência, como também ofereceu um jantar para iniciar as tratativas de acertos políticos visando o apoio deles à candidatura de Mário Heringer para a re-eleição na Câmara dos Deputados.

O município de Muriaé, representado pelo Ex-Vereador Devail P. Correa e Kátia Bráz troxeram a comitiva, juntamente com José Emídio e Paulo Araújo de Barbacena, para acompanhar o julgamento da ADIN impetrada pelo PDT junto ao Supremo Tribunal Federal a fim de re-estabelecer o número de Vereadores nos municípios brasileiros.

Entrevista com o deputado Mario Heringer

Programa Palavra Aberta

Veja o aqui o vídeo do programa

Para salvar: Clique com o botão direito e selecione:
“Salvar destino como…”
É necessário o Windows Media Player.

Resumo: Nesta edição de “Palavra Aberta”, o deputado Mário Heringer fala sobre o processo de reforma política em curso no Legislativo. Segundo o parlamentar, esse processo se reveste de uma importância renovada, diante de tudo o que está acontecendo no Brasil contemporâneo.

Fonte: TV Câmara

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pela ordem:


Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

Além de devolver o direito aos Vereadores, eleitos legitimamente, temos de devolver também o direito da representatividade a quem neles votou. (Palmas nas galerias.) Parte do Brasil não está representada hoje nas Câmaras Municipais.

Portanto, pedimos ao Supremo que cuide da representatividade desse povo, porque quanto mais plural for essa representação menos riscos correremos no futuro.
Muito obrigado. (Palmas nas galerias.)

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso

Sr. Presidente,
Sras. e Srs. Deputados,

O Estado brasileiro sempre cultivou uma nata vocação para a adoção de paliativos quando não consegue solucionar questões que o afetam e que são da sua alçada. Vale ressaltar que não se trata de um fenômeno típico do atual Governo, mas também de todos que o antecederam.

Quando há uma deficiência do Estado na solução de um problema, busca-se solucioná-lo com a adoção de um puro e simples decreto. Para combater os alarmantes e endêmicos índices de violência, por exemplo, descobriu-se o “ovo de colombo” com o desarmamento da população. A priori, parece uma medida bastante salutar, pois o porte de armas só deveria ser concedido a quem realmente necessitasse dele, mas por si só essa lei não resolverá a grave questão da violência. Parece até aquela história do técnico de futebol que ensina aos seus jogadores a estratégia para ganhar o jogo até que ouve a pergunta de um deles: “O senhor combinou isso com o adversário?” Parodiando-a, questiono: o Poder Público, ao acreditar que vai solucionar a questão da violência com País com essa lei, já combinou isso com os bandidos?

Não quero aqui, Sras. e Srs. Deputados, fazer apologia do uso de armas, mas, enquanto a população está sendo desarmada, os bandidos tornam-se a cada dia mais poderosos. O crime organizado arma-se até os dentes, com equipamentos modernos, poderosos e de grande capacidade de destruição. Em contrapartida, as verbas públicas destinadas ao combate à violência e ao crime organizado são drasticamente reduzidas, quando na verdade deveriam ser quadruplicadas.

A ameaça de cortes pelo Ministério da Justiça dos já parcos recursos é algo inaceitável. Enquanto especialistas estimam que seria necessário o aporte de R$ 1,5 bilhão, o Estado promete apenas R$ 412 milhões. Isso cria uma situação de tamanha desvantagem que nos primeiros meses de 2004 foram mortos mais de 280 policiais civis e militares no Brasil, muitos dos quais em atividades alheias, como de segurança privada, que exercem no período de folga porque os salários que lhes são pagos não são suficientes para o sustento de suas famílias.

Ninguém ignora, Sras. e Srs. Deputados, que a violência no Brasil, em especial a violência urbana, já atingiu níveis de extrema dramaticidade. Nos grandes centros urbanos a sua banalização já se tornou perigosa, porque o cidadão tende a se adaptar à realidade, seja ela qual for, buscando alternativas de defesa, porque não confia na atuação do Poder Público. E com razão essa desconfiança se consolida, principalmente pela total falta de sintonia entre os Entes Federativos. Há que se buscar ações conjuntas entre União, Estados e Municípios, sem que as divergências políticas interfiram nessas ações.

Adotar uma atitude maniqueísta na discussão do plebiscito sobre o desarmamento que será realizado em outubro próximo é totalmente descabido, porque a situação é tão complexa que exige maiores reflexões, e a população não está devidamente preparada para responder se é ou não favorável ao desarmamento. Considero extremamente importante a sua rejeição, pois não creio que ninguém, em sã consciência, possa ser contra a permissão para que os cidadãos portem armas em defesa de seus familiares e bens, indiscriminadamente, sem desconsiderar que, por outro lado, cabe ao Poder Público garantir a segurança de toda a sociedade, aparelhando adequadamente os órgãos de repressão e prevenção do crime, pagando salários dignos aos seus agentes, para evitar que sejam cooptados pelo crime organizado, e promovendo concursos para contratação suficiente de pessoal.

Só uma atuação efetiva e eficaz no combate de todas as modalidades de violência dará ao cidadão a segurança suficiente para que possa pensar, num futuro distante, em abrir mão da arma que mantém em casa.
O desarmamento, Sras. e Srs. Deputados, só será eficaz quando atingir também os bandidos, porque um bandido desarmado é como um carpinteiro sem a serra, o pintor sem pincel ou o médico sem o bisturi: incapaz de executar o seu serviço. Quando adota medidas coercitivas para desarmar os cidadãos, o Estado tem o dever de desarmar também os bandidos. Só assim alcançaremos a tão almejada paz social.

Tenho a convicção, Sr. Presidente, de que o alto custo que pagamos pela excessiva violência é muito maior que os investimentos necessários para combatê-la. Calcula-se, por exemplo, que só no Município do Rio de Janeiro 40% do orçamento destinado aos hospitais públicos estão sendo utilizados para o atendimento de vítimas da violência, sejam baleados, sejam esfaqueados, sejam vítimas do trânsito. Combater a violência é na realidade um investimento extremamente vantajoso no médio prazo, mas parece que não há, por parte das autoridades competentes, a sensibilidade necessária para enxergar isso.

Mas, exatamente nesses 40%, as vítimas são na maioria marginais em disputa ou cidadãos indefesos. Assim, as armas nas mãos de cidadãos em casa, não para porte na rua, são necessárias e imprescindíveis. Ninguém pode delegar a defesa de seus familiares a esse sistema falido e abandonado de segurança.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Aceito que meu WhatsApp seja incluído em uma lista de contatos para recebimentos de avisos sobre o webnário e outros assuntos.