Estudo recente aponta contaminação em animais a mais de 11 quilômetros de profundidade.
Pela primeira vez, uma pesquisa constatou a presença de microplástico nas entranhas de minicrustáceos que vivem a 11 quilômetros de profundidade. Essa poluição invisível é preocupação do deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT/MG), que apresentou o Projeto de Lei (6528/2016) para proibir o uso de microesferas plásticas em produtos de higiene e beleza produzidos no Brasil.
No ano passado, a proposta teve parecer favorável na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço e segue em tramitação na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
“A cada dia a ciência constata a presença dessas microesferas plásticas e precisamos agir. Essa poluição acaba chegando na casa. Já foram encontradas partículas milimétricas de plástico na água que chega em nossas casas e em animais marinhos que consumimos, como atum. Esse estudo mais recente mostra a gravidade dessa poluição. O reflexo disso, com o tempo, representa um risco”, explica o parlamentar, Segundo-Secretário da Câmara dos Deputados e presidente do PDT de Minas Gerais.
O mais recente estudo sobre o tema, foi publicado no último dia 27 de fevereiro (quarta-feira), na revista”Royal Society Open Science. Os pesquisadores dissecaram 90 camarões minúsculos, colhidos de seis das mais profundas fossas oceânicas localizadas ao redor do Pacífico.
Mais de 70% dos animais colhidos apresentaram ao menos uma micropartícula plástica. Nas amostras de animais a 11 quilômetros, todas apresentaram ocorrência de microplástico. “Esperava encontrar alguma coisa, mas não que em 100% das espécies dos locais mais profundos do mundo encontraríamos fibras em suas entranhas. É enorme”, comentou o pesquisador Alan Jamieson à agência de notícias AFP.
Os dados sobre poluição por plástico são assustadores. Anualmente, são produzidas mais de 300 milhões de toneladas de plástico. Grande parte, acaba nos oceanos.
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