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O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Governo Federal anunciou ampla liberação de recursos para a safra agrícola de 2003/2004 e informou no início desta semana que o Banco do Brasil teria colocado à disposição para o financiamento mais 3,4 bilhões de reais, o que totalizaria 10 bilhões de reais, volume 70% superior ao aplicado no mesmo período da safra anterior.

De igual modo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fez circular material de publicidade muito bem elaborado e impresso, sob o título 32,5 bilhões para a agricultura. Um investimento com retorno garantido para o setor que mais gera empregos e dólares para o nosso país.

Sr. Presidente, não pretendo colocar em dúvida as afirmações e os números apregoados pelo Governo. Imagino que a referida peça publicitária, de custo certamente elevado, esteja correta quando afirma que “este ano, o Governo Federal destinou R$ 32,5 bilhões para financiar a agricultura brasileira por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2003/2004”.

Porém, quando leio essas informações oficiais, inclusive as do Banco do Brasil, fico a me indagar: por que não são liberados recursos para a região das Matas de Minas, a segunda maior produtora de cafés do Brasil e que está vivendo situação de penúria em sua principal atividade, por absoluta falta de financiamento?

De fato, Sr. Presidente, os necessários recursos para o período agrícola de 2003/2004, com prazo de contratação de julho a dezembro de 2003, não tiveram qualquer valor liberado, fato que inviabiliza a manutenção das lavouras, na maioria constituídas por pequenos produtores de economia familiar.

Seria ocioso afirmar que o produtor rural do setor cafeeiro depende de prazos pré-determinados pela própria cultura, por exemplo, para a adubação, a aplicação de calcário, os tratos fitossanitários, enfim, todas as etapas do ciclo, que precisam ser cumpridas rigorosamente naqueles períodos.

Ora, a região das Matas de Minas experimenta uma das maiores secas de sua história. As lavouras, que já estão com os tratos culturais reduzidos devido à falta de condições financeiras dos produtores, ficam ainda mais debilitadas com a estiagem prolongada. Lá, Sr. Presidente, persiste grande carência de armazéns e estrutura para a estocagem do café, em razão do que se verificam elevados custos de remoção do produto para outras regiões, provocando mais perdas e insegurança aos pequenos produtores. Infelizmente, começam a dominar a desesperança e a frustração, pois já está chegando o tempo das chuvas, e não há recursos para os tratos culturais mínimos necessários.

É importante ainda considerar que, no período agrícola de 2002/2003, os recursos para custeio, além de bastante limitados, tiveram sua liberação no final do ano, quando os produtores, em geral, já tinham perdido toda a sua produção e se endividado a juros elevados para cumprir os seus compromissos. Houvesse ocorrido a liberação no tempo oportuno setembro , os produtores teriam mantido seu produto, para vender a preços melhores praticados na entressafra.

Esperávamos todos que no corrente ano, com o nosso Governo, que canalizou tantas esperanças no País, sobretudo no meio rural, a situação fosse completamente diferente. Todavia, constata-se a repetição do problema que tanto aflige o setor da cafeicultura, pois estamos no mês de outubro, e ainda não ocorreu a tão esperada chegada dos recursos para a safra, ao contrário dos anúncios oficiais, conforme há pouco fiz referência.

Novamente, pequenos produtores das Matas de Minas estão sendo obrigados a vender o pouco estoque de café que ainda lhes resta, sujeitando-se aos baixos preços hoje praticados, e até a vender parte da propriedade e outros bens, a fim de honrar seus compromissos.

Por tudo isso, Sr. Presidente, renovo meu veemente apelo ao Governo Federal, em nome de toda a região da zona das Matas de Minas, para que sejam adotadas providências urgentes para liberação dos recursos para a safra de 2003/2004.
Obrigado.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o meu intuito ao estar aqui nesta tribuna neste dia é tentar trazer um pouco de cooperação ao Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Este Governo nasceu de uma grande luta dos segmentos menos favorecidos da nossa sociedade e assumiu, de maneira correta, um grande compromisso com a dignidade e a cidadania do povo brasileiro. Defendeu de forma intensa e firme a necessidade de diminuir as desigualdades existentes no País.
Nós, partícipes desse processo e dessas promessas, estamos aqui fazendo a nossa parte, acreditando nas intenções e propondo soluções que atinjam esses objetivos.

É difícil assistir a críticas, às vezes pertinentes, e permanecer impassível. Os problemas sociais são tão fortes e urgentes que não nos permitem perder tempo. Precisamos construir o futuro agora. O povo brasileiro perde saúde, educação, força e dignidade a cada minuto que deixamos passar.

E o pior, Presidente Lula, é que nosso povo está perdendo a esperança, aquela que, em momento vital, foi usada para vencer o medo. Está perdendo também a capacidade de sonhar são 9 meses esperando, esperando, esperando…

Agora já não é mais o começo, estamos caminhando para o final do ano, o mundo já entendeu que o vosso Governo é sério, cumpridor de compromissos, respeitador de regras e perfeitamente integrado ao contexto mundial de boas relações.

Nossas contas estão sendo pagas, nossos sacrifícios já estão sendo feitos, creio ser a hora de perguntarmos se podemos olhar as coisas práticas e sociais do nosso País e dizer ao mundo que queremos respirar.

Sr. Presidente Lula, não vim a esta tribuna criticar, vim propor, e é isso o que posso fazer agora, lembrando que V.Exa. pediu ação, resultado, projetos em andamento, o retorno da esperança.

Nosso povo pede pouco, é pacífico, ordeiro e saberá perceber nos pequenos atos a firmeza de propósitos para obtenção e retorno da cidadania.

Sugiro que os bancos em nosso País comecem, imediatamente, a abrir suas portas ao público às 8h e fechá-las às 16h. Com essa medida, serão criados em torno de 100 mil novos empregos diretos, e serão empregos geradores de outros empregos. Apresentamos um projeto de lei a esta Casa tratando desse assunto. Os bancos são lucrativos e têm mecanismos para absorver esse novo custo, mesmo que à custa dos correntistas, como sempre.

Nós, os correntistas, pagaremos por esses empregos; eles aumentarão uma taxa aqui, outra ali, comprarão alguns novos computadores ou softwares. Não se preocupe, eles sabem se defender.

Está aí a reforma tributária. Vamos transformá-la em um gerador de dignidade! Por que não diminuir o imposto sobre serviços para todas as empresas prestadoras de serviços? São empresas que alimentam gente de carne e osso. Por que não diminuímos as tarifas dos ônibus urbanos, para que o transporte para o trabalho seja mais barato e haja menos discriminação? Uma passagem mais barata vai permitir ao trabalhador morar melhor, um pouco mais distante, e não amontoado nas favelas, porque os patrões, ao avaliarem a ficha de proposta de emprego, escolhem aquele que custa menos, o que mora mais perto.

As tarifas dos ônibus intermunicipais e interestaduais poderiam ser menores ou até nulas, no sentido inverso ao fluxo migratório nacional e estadual. Isso, Sr. Presidente, daria direito ao arrependimento, daria o direito de voltar para casa, daria o direito de rever as famílias deixadas para trás no fluxo da esperança.

Caros companheiros, saudade é gênero de primeira necessidade; se não fosse, não daria resultado nos programas dominicais de televisão. Não estaríamos nós, milhares de brasileiros, chorando ao vermos pais e filhos se reencontrando, após dezenas de anos de afastamento decorrente da falta de parcos reais para a compra de uma passagem de ônibus para voltar para casa.

Presidente Lula, algumas decisões são difíceis, mas precisam ser tomadas.

Quem vive no campo ou nas pequenas cidades precisa ter um salário mínimo maior. Lá ele produz comida, lá ele cria sua família longe da violência, das drogas, da prostituição, do desrespeito às crianças, mazelas encontradas com fartura na periferia das grandes cidades. O salário mínimo tem que ser maior, para promover o fluxo inverso da migração.

Os pequenos comerciantes, os empregadores dessas pequenas cidades teriam, na medida exata e justa, uma redução da sua carga tributária para pagar a diferença do emprego gerado. O dinheiro ficaria lá, não teria que passear pelo Brasil, para depois voltar vilipendiado. A renda estaria sendo distribuída diretamente. Restaurar-se-ia o desejo de permanecer em casa.

No Município, Presidente Lula, está a demanda, o sofrimento, a necessidade, a dor. É lá que o Prefeito e os Vereadores fazem os papéis de padres, pastores, médicos, amigos e irmãos; e se esses papéis não são suficientes ou se não têm os recursos suficientes, são obrigados a fazer o papel de exportadores da dor e apontar as grandes cidades como solução. E aí sai o pobre de lá para ser o miserável de cá.

Devemos aproveitar o momento, devemos dar a essa reforma tributária uma cara municipalista!

Não se preocupe com a gestão do dinheiro, aparelhe a Corregedoria Federal e ela fará esse papel, aumentando os sorteios, investigando denúncias fundamentadas. Reforme nossos tribunais, dê ao nosso sobrecarregado Judiciário pessoal, equipamentos e treinamento. Eles saberão fazer o bom trabalho.

Presidente Lula, cidades pequenas não precisam de um ginásio poliesportivo, elas precisam de várias quadras simples e que possam ser usadas concomitantemente e não apenas em eventos especiais. Quando, em parceria com os Municípios, o Governo Federal criar, nas pequenas cidades, clubes municipais com diversas quadras simples de diversos esportes, piscinas, áreas de lazer para pequenas reuniões e festas à beira de alguma churrasqueira e um pequeno palco para as manifestações artístico culturais, os pais poderão estar com seus filhos no mesmo ambiente, sob o olhar da sociedade, integrando e interagindo com todos os segmentos.

O clube municipal seria absolutamente de todos, sem discriminação. Ali se fariam avaliações médicas, controles epidemiológicos, prevenção de doenças, treinamentos em saúde pública.

Com essas medidas teríamos o retorno da dignidade e da cidadania, a diminuição da migração por meio da esperança, o aumento do número de empregos, a melhoria das relações familiares, a diminuição do crescimento das favelas e todas as mazelas decorrentes delas e um melhor desenvolvimento esportivo das crianças.

Sr. Presidente, na era da tecnologia é compreensível que o homem seja substituído pela máquina nas concepções de qualidade, velocidade e custo. Só não é admissível que o Poder Público não saiba conviver com isso nem criar mecanismos de compensação.

É função do Poder Público criar soluções para o bicho gente. Abrir novas fronteiras de esperança e trabalho.
Nosso Brasil é imenso, inexplorado e desprotegido. Nossa fronteira seca é um convite aos aventureiros; o direito de propriedade se adquire com a ocupação e uso dessas terras.

Se o Presidente Juscelino Kubitschek trouxe a Capital para Brasília, por que o Presidente Lula não avança para o oeste, cria um novo eldorado, leva o poder para atrair investimentos e trabalho e começa, finalmente, o esplendor do desenvolvimento?
Muito obrigado.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:


Sr. Presidente, Srs. Deputados, cabe-me representar o PDT neste momento. Na verdade, essa representação seria melhor se feita por Luciano Leitoa, Deputado mais jovem do Brasil e que pertence ao nosso partido. Mas S.Exa. está licenciado.

Já um pouco mais velho, tive os mesmos sonhos dos que aqui agora estão presentes, e por isso quero, ao parabenizá-los e incentivá-los, tentar transmitir-lhes o que penso a respeito da juventude do Brasil.

Anteontem recebi uma foto de mais de 30 anos. E lá estava eu, sentado com um grupo de amigos no Pico da Bandeira, ainda com cabelos na cabeça e muitos sonhos dentro dela. Alguns deles se perderam no tempo; outros consegui realizar, mas efetivamente o que não perdi de lá para cá foi a capacidade de sonhar.

Essa percepção todos nós, jovens e adultos, devemos manter. É por isso que vocês têm de exigir que sejam vistos como adultos e não só como jovens aqueles que não são crianças nem adultos, que estão numa posição intermediária , uma vez que não compõem apenas o futuro, mas também são o presente desta Nação.
Não podemos esperar que as coisas sejam feitas para nossos filhos ou nossos netos. Precisamos construir esta Nação agora, e para tanto é imprescindível a participação de todos nesse processo.

Parabenizo o Deputado Reginaldo Lopes pela promoção da Semana Nacional do Jovem e por ter conseguido mobilizar a juventude para defender uma postura que não é mais segmentada, mas nacional e universal, pois vocês vão passar por coisas pelas quais ainda não passamos, porque estamos vivendo um tempo de mudanças; e como nossos pais não conviveram com elas, não são as pessoas indicadas para nos ensinar. Além de autodidatas, vocês têm de ser pontas-de-lança e promover uma nova dinâmica para fazer o País funcionar.

Parabenizo todos os presentes e agradeço a oportunidade de estar aqui com vocês. Boa sorte. (Palmas.)

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. João Roberto Marinho, senhoras e senhores presentes, reunimo-nos hoje nesta sessão solene para prestar uma homenagem à memória de Roberto Marinho, brasileiro que, pelo seu trabalho de jornalista e de empresário de comunicação e pela sua inegável sensibilidade e iniciativa, viveu e registrou cada acontecimento marcante da vida nacional nos últimos 80 anos. É legítimo afirmar que a quase totalidade do século XX no Brasil contém um pouco de sua energia, sempre canalizada por uma vontade que jamais deixou de ser alimentada por particular e única postura de amor e dedicação ao País, aos seus valores e às raízes culturais de seu povo. Read More

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na condição de membro efetivo da Comissão de Seguridade Social e Família, fui designado para proferir parecer ao Projeto de Lei nº 2.349, de 1996, que dispõe sobre a obrigatoriedade de contratação de assistentes sociais.

A proposição intenta obrigar todas as instituições urbanas e rurais brasileiras, tendo caráter empresarial ou não, de acordo com determinado número de empregados ou de pessoas a quem prestam serviços, a contratarem assistentes sociais. Assim, além de empresas de maior porte, escolas, hospitais, clínicas, entidades assistenciais ficariam com a obrigação de incluir em seus quadros de pessoal profissionais com atuação naquela área.

Trata-se, o Assistente Social, de pessoa dedicada a desenvolver atribuições da maior importância no campo das relações humanas, desempenhando um trabalho de grande significado, sobretudo diante da complexidade que o mundo moderno tem imposto aos padrões de convivência social.

Entendo que deve fazer parte da própria cultura das organizações em geral, sejam elas de caráter mercantil, sejam de natureza assistencial e filantrópica, o compromisso com as questões relacionadas ao bem-estar tanto dos que integram sua estrutura de atuação quanto dos contingentes de pessoas abrangidas como sua clientela, beneficiários ou campo de atuação.

Na verdade, esse é um princípio de boa administração que vem sendo aplicado crescentemente no Brasil e que deve ser incentivado, sobretudo em face do aumento da competição típica de modelos de livre iniciativa, em que os mais diversos segmentos de produção e de prestação de serviços são levados a disputas acirradas para a própria preservação de sua continuidade no sistema e no contexto em que atuam. Entretanto, a despeito do mérito de tal iniciativa, não se deve promover uma interferência no princípio constitucional da livre iniciativa, elaborando leis que, exigindo a contratação de determinados profissionais, acabem forçando a criação de reservas de mercado para as respectivas áreas de trabalho.

Uma possível intervenção na economia, em favor de determinada categoria, além de não condizente com os pressupostos do regime da livre iniciativa vigente no País, iria significar perigoso precedente para que profissionais de outros ramos de atividade também reivindicassem isonomia no tratamento de ordem corporativa, criando-se novas demandas que não poderiam ser atendidas pela maioria de empresas e de outras organizações, hoje em situação de absoluta dificuldade para sobreviver, que se obrigam inclusive a demitir, em vez de realizar as desejadas contratações.

Se, atendendo ao PL considerássemos somente os hospitais/clínicas do Brasil, estaríamos retirando compulsoriamente dos já parcos recursos do segmento médico-hospitalar a importância de R$ 200.000.000/ano. Já das escolas e estabelecimentos de ensino a retirada seria em torno de R$ 350.000.000/ano; segmento já sufocado pela crise econômica que afeta os País, no que tange ao pagamento das mensalidades escolares, e com certeza aumentaria a inadimplência do setor.

Por tudo isso, a Comissão de Seguridade Social e Família, na reunião do dia 25 de junho de 2003, votou, por unanimidade dos presentes, o parecer por mim proferido, rejeitando o PL nº 2.349, de 1996, após longa análise, inclusive com a participação de técnicos em elaboração legislativa da Câmara dos Deputados.
Era o que tinha a dizer.

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