Direitos Humanos promove debate sobre crimes na internet

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias realiza hoje audiência pública sobre o combate a crimes na internet. O debate foi proposto pelo presidente da comissão, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que considera preocupante o caráter multiplicador dos ilícitos e as novas práticas criminosas surgidas na rede mundial de computadoras. “A distribuição de conteúdos racistas, homofóbicos e de pornografia infantil, a prática de ameaças, a disseminação de calúnias e de vírus vêm causando danos recentes, de difícil dimensionamento, face à ausência de instrumentos de controle e informação”, afirmou Greenhalgh. O deputado destacou a necessidade de reunir propostas para enfrentar esses crimes a partir de diversas denúncias recebidas pela comissão.

Orkut
Muitas das denúncias encaminhadas aos deputados relacionam-se à comunidade virtual Orkut, que tem quase 14 milhões de usuários cadastrados, sendo 72% deles brasileiros. As denúncias indicam que a rede de relacionamentos tem abrigado “comunidades” com o claro propósito de cometer violações contra os direitos humanos. Neste mês, a Justiça Federal de São Paulo quebrou, pela primeira vez, o sigilo de comunidades no Orkut para investigar práticas de racismo, pedofilia e nazismo. Para se ter uma idéia da amplitude dos crimes cometidos via internet no Brasil, a organização não-governamental SaferNet Brasil afirmou ter recebido 2.250 denúncias somente entre 8 e 28 de março. O crescimento exponencial dessas violações expõe o Brasil ao risco de ser visto como paraíso de crimes cibernéticos.

Tipificação
O Congresso Nacional conta com diversas propostas para regulamentar a utilização da internet. Entre as principais lacunas na legislação penal está a ausência de tipificação de ilícitos como a posse de pornografia infantil, já criminalizada em vários países. Também não há regulamentação sobre provedores da internet e suas responsabilidades. Com isso, os provedores atuam por seus próprios critérios, em geral movidos por razões puramente econômicas. A colaboração dos provedores é fundamental para localizar os responsáveis por páginas e endereços eletrônicos de onde partem ações criminosas.

Convidados
Foram convidados para a audiência:
– o diretor jurídico do Google (empresa que administra o Orkut), David Drummond; – o representante da Associação Brasileira dos Provedores de Internet e integrante do Comitê Gestor de Internet do Brasil Antônio Tavares;
– o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo, Sérgio Gardenghi Suiama;
– o delegado da Polícia Federal Cristiano Barbosa Sampaio;
– o perito criminal da Polícia Federal José Helano Matos Nogueira;
– o representante da Secretaria Especial dos Direitos Humanos Alexandre Reis;
– o representante da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (Abranet) João Tranchesi; e
– o presidente da SaferNet do Brasil, Thiago Tavares Nunes de Oliveira.

Fonte: Agência Câmara

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