Autor: Deputado Mário Heringer

18 de outubro – Dia do Médico: Parabéns a todos os profissionais da saúde

“É com imensa alegria que cumprimento e parabenizo todos os médicos do Brasil pela passagem do nosso dia,  dia dos médicos. Sei que muita coisa ainda precisa ser feita pela nossa classe, mas como médico, deputado federal e membro da Frente Parlamentar da Saúde, tenho trabalhado incansavelmente para que as nossas reivindicações sejam acolhidas.” Read More

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a cada Legislatura, a cada ano, diria mesmo a cada mês, a reforma política entra na pauta das discussões desta Casa. A democracia brasileira se estabelece e se apóia na harmonia e no funcionamento dos 3 Poderes da República.
Nós, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores disputamos, corpo a corpo, junto ao eleitor, cada voto, em cada rua, em cada cidade, em cada Estado desta Federação, dentro do atual sistema, com o objetivo de, sendo escolhido, representá-lo.
Ao longo dos mandatos, tenho defendido a reforma política como instrumento de consolidação do processo democrático, mas defendo que essa reforma seja filtrada pela lente da responsabilidade e da verdade e não se esvaia no ralo do oportunismo, do jogo de cena, da hipocrisia e da mentira.
Para início de conversa, teríamos, mesmo que só didaticamente, de dividir essa reforma política em 3 partes: a reforma política propriamente dita; a reforma partidária; e a reforma eleitoral.
O sistema eleitoral brasileiro não permite candidaturas independentes. O cidadão não tem a possibilidade de, em épocas de eleição, apresentar-se individualmente como candidato. Assim sendo, a fidelidade partidária deveria, para início de conversa, ser encarada como subserviente, em função da Lei Eleitoral, a uma estrutura partidária.
Existe falácia, talvez até mesmo um sofisma sobre isso. Fala-se muito que a legenda partidária entra com os votos que faltam para que o coeficiente partidário seja atingido. É verdade, mas digo que é falaciosa a idéia, pois são os votos dados individualmente ao Deputado. Prova disso é o fato de que nenhum partido disputa uma eleição sem que a nominata esteja com o seu número máximo de candidatos preenchidos.
Quantos partidos não lamentam, inclusive, a obrigatoriedade de incluir mulheres na legenda? Num país machista como o nosso, onde os homens detêm o poder político, as mulheres são um peso de 30% na capacidade de arregimentação de votos para a legenda.
Como está sendo discutida, a fidelidade partidária é apenas jogo de cena, espetáculo para a mídia, mas que engabela e enrola o seu processo de aprovação.
Essa falácia, como disse, deve ser desmascarada, para que possamos mesmo defender a verdadeira reforma política. A conta da sua não-aprovação recai sobre nós, mas é preciso ter compromissos com a verdade e dizer que, como está, a fidelidade partidária é a defesa dos privilégios partidários de grupos que se perpetuam no poder por tempo muito superior ao de um mandato de Deputado, por uma hedionda forma de assunção ao cargo. Se fizermos uma consulta aos filiados desses partidos, não saberão dizer, possivelmente, porque estão ali. Só se lembram deles quando o mais graduado do partido coloca um ônibus a sua disposição para que votem na Convenção, na qual vão ganhar pão com salame e refrigerante.
As Convenções partidárias são triste exemplo de voto de cabresto e mantêm privilégios antigos. Pois é nesta estrutura arcaica, coronelista, de fazer o comando partidário que reside um dos maiores problemas da fidelidade, conforme se está discutindo. As cúpulas partidárias não precisam de votos. Basta a elas a estrutura partidária a seu dispor, paga pelo Fundo Partidário, dinheiro público.
Disputamos o voto. A nós o eleitor confia o seu voto, e fazemos os votos totais do partido. O povo do Brasil vota no candidato. Reconheço que há voto exclusivo de legenda, mas é mais freqüente e mais comum os partidos procurarem os “puxadores de legenda” do que a legenda puxar voto para alguém.
Precisamos ser fiéis ao que dissemos na campanha e não nos submetermos a uma obediência cega. Vimos Deputados e Senadores serem expulsos recentemente de seu partido por não concordarem mais com as suas posições.
A fidelidade partidária, discutida como pré-requisito da qualidade de um Deputado Federal, significa tão-somente fazer do Deputado um instrumento de poder de um grupo de dirigentes partidários que pode muito bem, a seu tempo e prazer, mudar de opinião e apoiar coisas que jamais apoiaria. E, o que é pior, usar esse mecanismo para submeter, sob chantagem, as vontades discordantes. Pagaremos essa conta e ficaremos, por força de lei, num partido que traiu a própria causa?
Sras. e Srs. Deputados, precisamos desmontar algumas falácias sobre a reforma política, urgentemente. Não se pode admitir que, num país como o nosso, no qual é amplamente conhecido que a grande massa do povo vota no candidato, os partidos que hoje disputam a tapas os “puxadores de legenda” passem, no dia seguinte ao da eleição, a ser donos do trabalho por eles realizado, que, mais do que qualquer partido, levam esses mesmos partidos a obter reconhecimento popular e eleitoral em seu Estado.
Para completar, colocaria também em questão o fato de que as pessoas não podem ser candidatas de si mesmas e que estão obrigadas, por lei, a ingressar num partido a fim de disputar uma eleição. Isso já é deturpação da democracia. Não foi por motivo diverso que a ditadura que se abateu sobre o Brasil, na década de 60, lançou o embrião amargo das amarras dos Deputados às decisões da cúpula de um partido, ao vincular os votos nas eleições de 1982, o que, felizmente, foi logo derrubado pela vontade popular.
Devemos nos submeter a qualquer questão que envolva a ética e a moral na instância partidária, mas não devemos aceitar que submetam-nos, a mim e a V.Exas., a vontade de dirigentes de partido que muitas vezes não têm legitimidade popular para tal.
Pode-se discutir a reforma, mas, para ser completa e justa, é preciso separar os seus 3 segmentos: partidário, político e eleitoral.
Muito obrigado.

Redução de vereadores aumentou gastos


Dois deputados federais mineiros lideram lados opostos de uma polêmica que já dura três anos: o número de vereadores do país, que foi reduzido em 20% por meio de uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2004. De um lado, o deputado Mário Heringer (PDT), presidente da Frente Parlamentar dos Vereadores, ponta-de-lança de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende aumentar o número de vereadores.

De outro, o deputado Vitor Penido (DEM), presidente da Frente Parlamentar Municipalista, que deseja radicalizar o corte promovido pelo TSE. As duas propostas, contudo, convergem num ponto: não basta mudar o tamanho das câmaras municipais; é preciso mexer nos gastos.

Heringer e Penido concordam que a redução feita pelo TSE, gerou uma explosão dos gastos, já que não houve corte nos percentuais de repasse na maioria dos municípios. Ou seja, as cidades passaram a ter menos vereadores, mas recebem o mesmo repasse para as câmaras. Sobrou dinheiro, que nem sempre _ ou na minoria dos casos _ foi investido no município. Grande parte das vezes, a sobra foi aplicada na própria Câmara, em melhorias que foram de reformas a compras de carros.

Em abril de 2004, o TSE extinguiu 8.841 vagas de vereadores em todo o país. Antes da resolução, as câmaras de vereadores gastaram R$ 4,9 bilhões. Depois do corte do TSE, o gasto subiu para R$ 5,3 bilhões. «O principal problema está no repasse. A decisão do TSE tem sentido moralizante, mas foi equivocada», diz Penido. Em sua proposta, ele quer diminuir os tetos de repasses para as câmaras municipais, que hoje vão de 5% a 8% das receitas do município, para percentuais entre 1,50% e 4,50%.

Além de cortar repasses, Penido quer cortar vagas. Hoje, existem 51.700 vereadores no país. Ele quer chegar ao número de 50.713 para as próximas eleições. Além disso, pretende mudar o critério de distribuição das vagas, que hoje é populacional (vagas de acordo com os tamanhos das cidades) para critérios de arrecadação _ quanto maior a arrecadação, mais vereadores. O corte maior, claro, seria nas pequenas cidades, com menor arrecadação, especialmente aquelas que têm até 10 mil habitantes. Hoje, essas cidades reúnem 23.900 vereadores, com nove cadeiras por cidade. A proposta quer reduzir as vagas para sete.

Do outro lado, a proposta do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), defendida por Heringer, tenta «recompor e redistribuir» as vagas cortadas pelo TSE. No total, a PEC prevê que o país tenha 59.791 vereadores. Heringer nega que haja aumento. Sua comparação é sempre com o número de vagas antes da resolução do TSE – 60.276. Heringer critica idéias como a de sete vereadores, afirmando que uma Câmara tão pequena «não funcionaria para as atividades legislativas, como aprovação de projetos». A PEC estipula mínimo de nove vereadores.

Os limites de gastos, nessa proposta, vão de 4,5% a 7,5%. A economia giraria em torno de R$ 1,5 bilhão por ano. Heringer desafia Penido a mostrar os estudos que permitiram a economia de R$ 5 bilhões por ano.

Karina Gomes Barbosa
Publicado em: Jornal Hoje em Dia, em outubro de 2007.

Mário Heringer discursa na Tribuna por Reforma Política justa

A fidelidade partidária e a reforma política foram temas do discurso do deputado Mário Heringer na Tribuna do Plenário.
Ele defende a Reforma como instrumento de consolidação do processo democrático, mas a separa em três pontos: reforma política propriamente dita, reforma partidária e reforma eleitoral.
Veja na íntegra o discurso do deputado. Discurso proferido em 08 de outubro de 2007, pelo Dep. MÁRIO HERINGER – PDT/MG:


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
A cada legislatura, a cada ano, diria mesmo a cada mês vemos a reforma política entrar em pauta das discussões políticas. A democracia brasileira se estabelece e se apóia na harmonia e no funcionamento dos três poderes da república. Nós, deputados federais, deputados estaduais e vereadores disputamos, corpo-a-corpo junto ao eleitor, cada voto em cada rua de cada cidade de cada estado desta federação.

Dentro do atual sistema com o objetivo de, sendo escolhido, representá-lo. Ao longo deste mandato tenho defendido a reforma política como instrumento de consolidação do processo democrático, mas defendo que esta reforma seja filtrada pela lente da responsabilidade e da verdade, e não se esvaia no ralo do oportunismo, do jogo de cena, da hipocrisia e da mentira.

Para início de conversa teríamos de separar, mesmo que só didaticamente, a “reforma política” em três reformas, que seriam a “reforma política propriamente dita”, a “reforma partidária” e a “reforma eleitoral”. O sistema eleitoral brasileiro não permite candidaturas independentes, o cidadão não tem a possibilidade de, em épocas de eleição, apresentar-se individualmente como candidato. Assim sendo, a questão de fidelidade partidária deveria, para início de conversa, ser colocada como “subserviência em função de Lei Eleitoral à uma estrutura partidária”.

Há uma falácia, talvez até mesmo um sofisma, armado sobre isto. Fala-se muito que a legenda partidária entra com os votos que faltam para se atingir o coeficiente partidário, verdade. Mas digo que falaciosa, pois estes votos são compostos pelos votos dados individualmente a cada deputado. Uma prova disto é que nenhum partido disputa uma eleição sem que a nominata esteja com seu número máximo de candidatos preenchidos.

Quantos partidos não lamentam, inclusive, a obrigatoriedade de incluir mulheres na legenda? Vemos muito isto no interior, e porquê? Porque num país ainda machista, os homens é que possuem o poder político, assim sendo, os partidos perdem votos por terem que “abdicar” de alguns homens em função da Lei que os obriga ter 30% de mulheres na chapa. Como está sendo discutida, a fidelidade partidária é apenas jogo de cena, espetáculo para a mídia, mas que engabela e enrola o seu processo de aprovação.

Esta falácia como disse, deve ser desmascarada para que possamos mesmo defender e aprovar UMA VERDADEIRA REFORMA POLÍTICA, a conta da sua não aprovação recai sobre nós, mas é preciso se ter compromissos com a verdade e se dizer que como está posta esta questão da fidelidade é uma defesa dos privilégios partidários que são controlados por grupos que se perpetuam no poder por tempo muito superior ao de um mandato de deputado, porque lá estão por uma hedionda forma de assunção ao cargo, uma vez que se fizermos um recadastramento perguntando a cada filiado se ele sabe da sua condição ele possivelmente dirá que não e que só se lembra disto quando um membro graduado do partido coloca ônibus a sua disposição para que ele vote na convenção para ganhar pão com salame e refrigerante. As convenções partidárias são um triste exemplo de voto de cabresto e mantém privilégios antigos.

Pois é nesta estrutura arcaica, coronelista de se fazer um comando partidário que reside um dos maiores problemas da fidelidade como se está discutindo. As cúpulas partidárias não precisam ter votos, basta a elas a estrutura partidária a seu dispor pagas pelo fundo partidário – dinheiro público. Nós disputamos o voto, o eleitor confia em nós, e nós, com a nominata a qual pertencíamos, fizemos os votos totais do partido.

O povo vota no candidato. Reconheço que há voto exclusivo da legenda, mas é muito maior a procura pelos famosos “puxadores de legenda” do que por uma “legenda puxadora de votos”. Precisamos ser fiéis ao que dissemos na campanha, não podemos estar submetidos a uma obediência cega, vimos deputados e senadora expulsos de seu partido porque apenas defendiam aquilo que o partido deles sempre defendera.

A fidelidade partidária, discutida como pré-requisito de qualidade de um deputado federal, é tão somente fazer do deputado um instrumento de poder de um grupo de dirigentes partidários, que pode muito bem, há seu tempo e prazer, mudar de opinião e apoiar coisas que jamais apoiaria, e pior, usar esse mecanismo para submeter sob chantagem, as vontades discordantes.

E aí? Somos nós que pagaremos esta conta e ficaremos por força da Lei, num partido que traiu sua própria causa? Senhores e Senhoras, precisamos desmontar algumas falácias da reforma política, urgentemente. Pois o que não se pode é admitir que num país como o nosso, onde é amplamente conhecido que a grande massa do povo brasileiro vota no candidato, os partidos que hoje disputam a tapas os “puxadores de legenda” passem, no dia seguinte ao da eleição, a serem donos do trabalho realizado por aquele “puxador de votos”, que, mais do que qualquer partido, o levou a ter reconhecimento popular e eleitoral em seu estado.

Para completar, colocaria também em questão o fato de que as pessoas não podem ser candidatas de si mesmas e estão obrigadas, por Lei, a ingressar em um partido a fim de disputar uma eleição. Isto já é uma deturpação da democracia. Não foi por motivo diverso que a ditadura que se abateu sobre o Brasil na década de 60 lançou o embrião amargo das amarras dos deputados as decisões da cúpula de um partido ao vincular os votos na eleição de 1982. Fato que, felizmente, foi logo derrubado pela vontade popular.

Devemos nos submeter a qualquer questão que envolva a ética e a moral na instância partidária, mas não devemos aceitar que submetam a mim e aos senhores, a vontade de dirigentes de partido, que muitas vezes, não tem legitimidade popular para tal.

Pode-se discutir Reforma, mas ela deverá, para ser completa e justa, discutir nos seus três segmentos, partidário, político e eleitoral.

Mário Heringer fala de fidelidade partidária em Plenário


Na Tribuna do Plenário, o deputado Mário Heringer falou a respeito do julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a fidelidade partidária.

O Supremo analisa três Mandados de Segurança, apresentados por partidos de oposição. Eles pedem a devolução dos mandatos de parlamentares que trocaram de legenda este ano.

Leia na íntegra, o discurso do deputado:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria que, nesse momento, eu pudesse ser ouvido por algum dos Ministros do Supremo ou se possível até por todos, porque queria tecer algumas considerações do que vai acontecer lá hoje. Sou defensor da disciplina e da hierarquia no Exército, para quem escolheu aquela profissão.

O Exército precisa de disciplina e hierarquia. Mas agora querem trazer para a política esse tipo de comportamento. A política, senhores, é liberdade, insubmissão; a política é imponderabilidade, imprevisibilidade, livre arbítrio. O que se quer é amordaçar a política, e os políticos, hoje, com os partidos que temos, nãopodem, de maneira alguma, ser colocados sob o comando de cúpulas partidárias que não tratam democraticamente, internamente, as suas questões. Srs. Ministros, no Brasil existe a instituição da comissão provisória, existe o arbítrio de uma comissão estadual sofrer intervenção de uma federal. Assistimos a isso todo os dias em todos os partidos.

O que se quer?

Acabar com o direito de o político dizer não?

Quer-se concentrar dinheiro e submissão?

Fundos partidários e subserviência?

Fidelidade não pode ser confundida com subserviência.

Para haver fidelidade é preciso haver mão dupla, todos devem ser tratados com dignidade. Não podemos entender que uma pessoa troque de partido apenas porque foi cooptada, porque levou alguma vantagem. Existem mudanças de posição tanto dos Deputados quanto dos partidos. Os partidos, às vezes, não praticam aqui o que pregaram na eleição.

Estou muito a vontade para falar isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, porque sou Deputado em 2º mandato por um único partido e nunca troquei de partido, então não estou advogando em causa própria. Precisamos reconhecer que são os jovens as pessoas que mudam o mundo, apesar de os problemas serem os mesmos. O que temos observado no DEM é isso.

Como disse o Deputado Lincoln Portela, todos os jovens do DEM estão com práticas um pouco mais antigas do que a dos seus próprios pais. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ensino aos meus filhos alguns princípios básicos, como serem honestos, humildes, atentos, atenciosos e disciplinados. Agora, Sr. Presidente, porque ingressei na política, estou tendo que ensiná-los a serem desconfiados.

É necessário desconfiar porque ninguém sabe o que estão fazendo no Brasil hoje. A quem interessa calar o Legislativo? Será que é possível estarmos todos misturados no mesmo saco, no mesmo balaio?

Sr. Ministro Marco Aurélio Mello, que tão bem formula suas teses, tenho certeza absoluta de que V.Exa. não vai querer amarrar o direito de o Deputado, o político, insurgir-se, brigar, enfrentar posições que seu partido prega na eleição mas quando chega a esta Casa submete-se a outras posições. O instituto do fechamento de questão é uma ditadura de cúpula partidária, e isso tem que ser revisto.

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste momento, gostaria de ser ouvido por algum dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Se possível, por todos. Tecerei algumas considerações sobre o que acontecerá hoje naquele tribunal.
Sou defensor da disciplina e da hierarquia no Exército para quem escolheu aquela profissão. O Exército precisa de disciplina e hierarquia. No entanto, querem trazer para a política esse tipo de comportamento. A política, senhores, é liberdade, insubmissão, imponderabilidade, imprevisibilidade, livre-arbítrio.
Querem amordaçar a política. Os políticos, com os partidos que temos, não podem, de maneira alguma, ficar sob o comando de cúpulas partidárias que não tratam democraticamente e internamente de suas questões.
Srs. Ministros, no Brasil existe a instituição da comissão provisória. Uma comissão estadual pode sofrer intervenção de uma comissão federal. Assistimos a isso todos os dias, em todos os partidos. O que se quer? Acabar com o direito do político de dizer “não”? Querem concentrar dinheiro e submissão? Fundos partidários e subserviência? Fidelidade não pode ser confundida com subserviência. Para haver fidelidade, é preciso haver mão dupla. Todos devem ser tratados com dignidade.
Não podemos entender que uma pessoa troque de partido apenas porque foi cooptada, porque levou alguma vantagem. Existem mudanças de posição tanto dos Deputados quanto dos partidos. Os partidos, às vezes, não praticam o que pregaram na eleição. Estou muito à vontade para falar isso,
Sr. Presidente, Srs. Deputados, porque sou Deputado em segundo mandato por um único partido. Nunca troquei de partido. Então, não estou advogando em causa própria.
Precisamos reconhecer que são os jovens que trocam de partido, apesar de os problemas serem os mesmos. O que temos observado no DEM é isso. Como disse o Deputado Lincoln Portela, todos os jovens do DEM adotam práticas um pouco mais antigas do que as dos seus próprios pais.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ensino aos meus filhos alguns princípios básicos, ou seja, a serem honestos, humildes, atenciosos e disciplinados. Agora, porque ingressei na política, estou tendo de ensiná-los a serem desconfiados. É necessário desconfiar, porque ninguém sabe o que estão fazendo no Brasil hoje.
A quem interessa calar o Legislativo? Será possível estarmos todos misturados no mesmo saco, no mesmo balaio?
Sr. Ministro Marco Aurélio de Mello, que tão bem formula as suas teses, tenho certeza absoluta de que V.Exa. não vai querer amarrar o direito do Deputado, do político, de insurgir-se, de brigar, de enfrentar posições que seu partido prega nas eleições. Quando chega a esta Casa, o político submete-se a outras posições.
O instituto do fechamento de questão é uma ditadura da cúpula partidária que tem de ser revisto.

MEC toma providências em resposta ao requerimento de Mário Heringer


O Ministério da Educação já começou a tomar providências contra as fraudes de Organizações Não-Governamentais, que estariam utilizando irregularmente os recursos do Programa Brasil Alfabetizado, repassados pelo Governo Federal. São R$13 milhões que, de acordo com o MEC, deverão ser devolvidos.

As irregularidades nas ONG’s foram denunciadas nos principais jornais do país. Na época, o deputado Mário Heringer fez um requerimento ao Ministério pedindo informações sobre as referidas Organizações e providências imediatas para as que estivessem fraudando o sistema, além de maior fiscalização por parte do Governo.

Sobre o assunto, leia na íntegra a matéria do jornal Correio Braziliense, de 02.10.07

O Ministério da Educação (MEC) quer de volta R$ 13 milhões repassados a 23 organizações não-governamentais para a alfabetização de jovens e adultos. De acordo com a pasta, elas estão utilizando o dinheiro de forma irregular. A medida foi tomada após a realização de uma auditoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE ) nas 47 ONGs conveniadas ao programa Brasil Alfabetizado, lançado em 2003.

O ministério bloqueou R$ 3,8 milhões das entidades, que já gastaram cerca de R$ 10 milhões. Uma das ONGs acusadas de gastar o dinheiro de maneira irregular, a Alfalit Brasil, do Rio, recebeu R$ 6 milhões. Embora o recurso tenha sido repassado para o ano todo, só havia sobrado R$ 14 mil quando a conta foi bloqueada, há cerca de um mês.

Em março de 2006 – antes da assinatura do convênio do MEC com a Alfalit para 2007 – a Controladoria-Geral da União havia constado irregularidades. Ainda estão na lista de ONGs com repasses suspensos outras duas instituições do Rio, cinco de São Paulo, oito da Bahia e outras dos Estados de Amazonas, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, além do Distrito Federal. Outras oito estão sendo investigadas e podem ser acionadas no TCU.

Há um mês, a mesma auditoria realizada pelo FNDE já havia mostrado “graves indícios de irregularidades” em nove ONGs -de turmas que não eram ministradas à apresentação de documentos falsos. De acordo com a auditoria, cinco das entidades – duas em SP e três na BA – nem existiam. Uma delas, a Ciesp (Centro de Educação Cultura e Integração de São Paulo), tem cartas atestando sua existência assinadas pelo deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) e pelo deputado estadual Ênio Tatto (PT-SP).

Eles disseram, na época, que não tinham nenhuma ligação com as ONGs. Ainda no mês passado, o MEC anunciou que faria novas diligências em outras 25 entidades. Delas, 14 estão na lista de devolução dos recursos. Por causa das irregularidades, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que, a partir do ano que vem, não irá mais realizar convênios com ONGs no Brasil Alfabetizado.

Ele já havia sinalizado a mudança em abril, quando assinou portaria determinando que o programa deve ser executado prioritariamente por professores da rede pública, que passaram a receber o salário na própria conta. O corte dos repasses não valerá para este ano. Defesa A coordenadora de projetos da Associação Positiva de Brasília, Mara Lobo, afirmou que todas as turmas de alfabetização oferecidas pela ONG haviam funcionado. A entidade é suspeita de irregularidades em convênio com o Brasil Alfabetizado.

Ela reclamou que a auditoria foi feita “às pressas”. Segundo Lobo, uma das irregularidades constatadas -a falta de comprovante de depósito bancário- se deve ao fato de alguns alfabetizadores não terem conta bancária. A ONG Alfalit Brasil disse que enviaria uma nota de esclarecimento sobre os gastos irregulares verificados pelo MEC. A nota não chegou até o fechamento desta edição.

A atual presidente do Instituto Eco Millennium, Maria Nazaré Dutra, não quis se manifestar. Há um mês, o presidente da Educar.com, Francisco Félix -apontado como criador das outras ONGs fantasmas da Bahia- disse que todas as entidades existiam. A Folha tentou localizar as outras ONGs, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Veja outra matéria sobre o assunto em nosso site:

Deputado investiga suspeitas de fraudes nas ONGs

Mário Heringer não desiste, quer a PEC 333 votada o mais rápido possível

Mais uma vez, o deputado Mário Heringer foi à Tribuna pedir pela votação da PEC 333/04, chamada de PEC dos Vereadores. No discurso, ele lembrou a Resolução do TSE em 2004, que reduziu o número de vereadores em todo o país, com o argumento de que haveria economia aos cofres públicos, fato que não aconteceu.
Agente social mais próximo do povo, a importância do vereador e a aprovação da PEC para as próximas eleições são temas que o deputado Mário Heringer faz questão de que não sejam esquecidos. Veja na íntegra seu discurso

“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero agradecer ao nobre Deputado Ademir Camilo, o homem da ZPE de Teófilo Otoni, a prioridade para eu falar neste Pequeno Expediente. Eu cheguei de Governador Valadares hoje, onde participei ontem da homenagem ao Dia do Vereador, momento em que pude sentir a angústia de Vereadores e de toda a sociedade da região diante da indefinição do real número de Vereadores com que as Câmaras Municipais poderão contar no próximo mandato.

O Supremo Tribunal Federal, em decisão proferida em 2004, determinou que este número seria menor que o anterior. Foi uma resolução para aquela eleição, e não uma resolução para marcar e ser definitiva. Além do mais, ela se deu com o argumento de que se faria uma economia para os cofres públicos. Na verdade, o que aconteceu foi sobra de dinheiro, que não resolveu o problema que todos esperávamos se resolvesse, ou seja, o problema da representatividade proporcional, e ficaram as Câmaras Municipais com mais dinheiro, porém mais propensas a equívocos. Tive ontem a oportunidade de conversar, sentir e verificar como trabalha um Vereador.

Em uma cidade de quase 200 mil habitantes, com 14 Vereadores, é quase impossível e desumano conseguir fazer um trabalho decente, bem-feito. Sabem por quê, senhores? Porque o Vereador hoje não é só Legislador, fiscalizador do Executivo. Vereador no Brasil tem outras funções muito importantes. Ele é, na verdade, assistente social, porque falta essa atividade na periferia das grandes cidades. E as pessoas menos favorecidas só podem se valer dos Vereadores, profissionais da política séria. Percebemos, em alguns momentos, o estigma, o preconceito sobre eles por parte daquelas pessoas que, por estarem em posição aparentemente superior do ponto de vista federativo, os tratam como se fossem seres ou Legisladores inferiores.

Além de assistentes sociais, os Vereadores são também repórteres, homens que ouvem diretamente as pessoas na periferia das grandes cidades. São eles que levam os pleitos, as dificuldades, as angústias dos mais necessitados, de onde efetivamente emana o poder, que é do povo. E essas pessoas estão ali, no seu dia-a-dia, na sua angústia pré-eleitoral, esperando um momento de decisão, de definição. Por isso, pedimos hoje ao Presidente desta Casa que coloque em votação a PEC nº 333, que foi discutida e trabalhada intensamente na Comissão Especial.

O Plenário tem de decidir e tomar os caminhos necessários, para não haver necessidade de fazê-lo em junho do ano que vem, quando o Tribunal novamente criar nova norma, porque a de 2004 já caducou. Outra terá de vir. E nós seremos responsabilizados por não termos feitos, mais uma vez, o nosso trabalho.”

O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero agradecer ao nobre Deputado Ademir Camilo, o homem da ZPE de Teófilo Otoni, a prioridade para eu falar neste Pequeno Expediente.
Eu cheguei de Governador Valadares, hoje, onde participei, ontem, da homenagem ao Dia do Vereador, momento em que pude sentir a angústia de Vereadores e de toda a sociedade da região diante da indefinição do real número de Vereadores com que as Câmaras Municipais poderão contar no próximo mandato.
O Supremo Tribunal Federal, em decisão proferida em 2004, determinou que esse número seria menor que o do pleito anterior. Foi uma resolução para aquela eleição, e não uma deliberação para marcar e ser definitiva. Além do mais, ela se deu sob o argumento de que se faria economia para os cofres públicos. Na verdade, o que aconteceu foi sobra de dinheiro, que não resolveu o problema como todos esperávamos, ou seja, o problema da representatividade proporcional, e ficaram as Câmaras Municipais com mais dinheiro, porém mais propensas a equívocos.
Tive, ontem, a oportunidade de conversar, sentir e verificar como trabalha um Vereador. Em uma cidade de quase 200 mil habitantes, com 14 Vereadores, é quase impossível e desumano conseguir fazer um trabalho decente, bem-feito. Sabem por quê, senhores? Porque o Vereador, hoje, não é só legislador, fiscalizador do Executivo. Vereador no Brasil tem outras funções muito importantes. Ele é, na verdade, assistente social, porque falta essa atividade na periferia das grandes cidades. E as pessoas menos favorecidas só se podem valer dos Vereadores, profissionais da política séria.
Percebemos, em alguns momentos, o estigma, o preconceito contra eles de pessoas que, por estarem em posição aparentemente superior do ponto de vista federativo, os tratam como se fossem seres ou legisladores inferiores.
Além de assistentes sociais, os Vereadores são também repórteres, homens que ouvem diretamente as pessoas na periferia das grandes cidades. São eles que levam os pleitos, as dificuldades, as angústias dos mais necessitados aonde efetivamente emana o poder, que é do povo.
E essas pessoas estão ali, no seu dia-a-dia, na sua angústia pré-eleitoral, esperando um momento de decisão, de definição.
Por isso, pedimos hoje ao Presidente desta Casa que coloque em votação a PEC nº 333, que foi discutida e trabalhada intensamente na Comissão Especial. O Plenário tem que decidir e tomar os caminhos necessários, para não haver necessidade de fazê-lo em junho do ano que vem, quando o
Tribunal novamente criar nova norma, porque a de 2004 já caducou. Outra terá que vir. E nós seremos responsabilizados por não termos feito, mais uma vez, o nosso trabalho.
Mais uma vez, Deputado Ademir Camilo, muito obrigado por me ceder este momento.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado pela oportunidade.

Loja virtual com denúncia no Procon é condenada pelo MP

A WBPC E-vendas, a mais reclamada no ranking das empresas de alimentos do Procon de São Paulo, divulgado nesta semana, foi condenada pelo Ministério Público estadual,no ano passado, a suspender sua atuação abusiva.

O órgão classificou a conduta como “ilegal e não autorizada pelo Código de Defesa do Consumidor”. A irregularidade acontecia quando o consumidor entrava no site da WBPC para conhecer as ofertas da loja virtual.

O internauta era orientado a preencher um cadastro com nome, CPF e endereço para ter acesso ao conteúdo da página. Dias depois, recebia em casa uma remessa do produto, não solicitado, acompanhada de boleto de pagamento. A pessoa ficava impossibilitada de cancelar a compra, já que ela não foi solicitada, ou de reclamar da cobrança, pois o site não informava telefones de contato.

Os boletos de pagamento eram coercitivos: “Este pedido está registrado em cartório virtual. O não pagamento na data implica na negativação junto ao SPC.” A ação civil pública, encaminhada pelo Procon-SP, foi aberta no MP pelo promotor de justiça do consumidor João Lopes Guimarães Júnior e concluída em outubro de 2006.

O resultado foi a determinação para que a WBPC cessasse as vendas “impostas” ao consumidor. O parecer da juíza Adriana Menezes Bodini proibiu a empresa de entregar qualquer produto sem solicitação prévia e expressa do cliente, assinada e dirigida à loja virtual.

Consentimento
Em caso de compra pela internet, seria necessária uma confirmação digital do consentimento do consumidor. Segundo a juíza o objetivo da decisão foi “evitar maiores prejuízos aos consumidores”. A multa em caso de violação da determinação do MP é de R$ 20 mil para cada caso comprovado.

O site da WBPC foi tirado do ar e não consta no cadastro de registro de domínio do Núcleo de Informação e Coordenação do Comitê Gestor da internet no Brasil. A empresa não foi encontrada para prestar explicações sobre o caso. Em 2006, o Procon-SP recebeu 341 queixas contra a loja, por cobrança indevida, descumprimento de contrato e publicidade enganosa.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

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