Estratégias de marketing e planejamento em campanhas eleitorais foram discutidas em seminário na Assembleia.

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Eleições 2010
Extraído de: Assembléia Legislativa do Estado de Goiás  –  12 de Maio de 2010

A Assembleia Legislativa realizou durante a terça e quarta-feira, 11 e 12, no Auditório Costa Lima, o seminário Eleições 2010: Entendendo as regras do jogo. O evento, que realizado numa parceria da Escola do Legislativo com a Diretoria de Recursos Humanos da Casa, abriu 180 vagas para parlamentares e seus assessores com o objetivo de transmitir as leis eleitorais e ensinar estratégias de marketing político.

Palestras sobre a origem das Assembleias Legislativas Estaduais, Direito Eleitoral, Marketing Político e Estratégias de Marketing foram ministradas. Gustavo Fleury, que ministrou palestras durante esta quarta-feira, abordou, além de outros conceitos tópicos, como o uso de televisão, rádio e impresso durante as eleições.

Ele também citou o uso de pesquisas eleitorais, planejamento de campanha e estratégias de comícios e telemarketing. Os convidados foram orientados a como agir na prática, com sugestões e dicas. O marketing político é uma vertente, uma ciência que se deve utilizar não só em campanhas, como também em gestões de governos, disse Fleury.
Planejamento

Gustavo Fleury, que também é jornalista, consultor político e ex-assessor de imprensa no Congresso Nacional, destacou a atenção que se deve dar ao estudo do mercado, pois assim como um produto deve atender às necessidades de um público alvo, o político deve ter conhecimento de seu eleitorado, as suas necessidades e anseios. Toda atividade deve ser dirigida para a satisfação das necessidades e desejos do cliente, salientou.

Gustavo alertou que marketing não é só propaganda e sim uma ação de mercado. Não devemos nos atentar em fazer jingles e santinhos. Isto pode até ser feito, porém, é o resultado final de um trabalho de diagnóstico e planejamento, disse o palestrante.

O jornalista destacou, ainda, que existem três diferentes tipos de marketing político. São eles o eleitoral, no qual são desenvolvidas ações para quem não tem mandato ou deseja se reeleger; o pós-eleitoral que visa um trabalho para quem já tem mandato e deseja realizar a manutenção ou ampliação do poder, também chamado de governança; e o partidário, cujo objetivo é trabalhar a imagem, organização e comunicação dos partidos políticos.

Ferramentas da internet

Na segunda parte do evento desta tarde, Gustavo falou sobre a adoção de novas ferramentas eletrônicas como parte da estratégia política das campanhas. Citou como exemplos Twitter, newsletters personalizadas, veiculação de vídeos no site YouTube e a utilização do Facebook. A questão das redes sociais cresce cada vez mais, salientou.

Gustavo também sugeriu a adoção de recursos lúdicos nos websites dos candidatos para chamar a atenção do eleitor. Em uma campanha eleitoral de um determinado website, por exemplo, foi disponibilizado um jogo da memória aos usuários. A interação, que incluía até um ranking dos melhores jogadores que visitaram o endereço eletrônico, tornou a campanha muito mais interessante. O site fez muito sucesso, o que com certeza ajudou na consagração do candidato, afirmou.

O diagnóstico

O palestrante também falou sobre a adoção do Plano de Marketing como medida essencial para o adequado planejamento de uma campanha. Primeiramente, a equipe do candidato deve realizar um diagnóstico de sua imagem, verificando o nível de sua popularidade entre a população, avaliando sua posição política (se é de oposição ou de situação), seu histórico de ações e possíveis ameaças que possam provocar sua rejeição, aconselhou.

O diagnóstico envolve a produção de um briefing e de uma pesquisa externa, coordenada por uma equipe de marketing. Com base nessas informações, é realizado o Plano de Marketing do candidato. O objetivo primordial do plano é mostrar que o candidato é mais competente que seus adversários. É importante lembrar que o plano sempre vai se modificando, conforme surgem novos problemas e oportunidades ao longo da campanha, explicou.

Finalmente, o palestrante disse que o estabelecimento de um cronograma prévio de campanha e a criação de um orçamento também contribuem para o sucesso do candidato. O orçamento levanta os custos de materiais gráficos, internet, jingles etc. E o cronograma dimensiona as atividades no tempo. O ideal é que a campanha comece a ser elaborada, pelo menos, um ano antes do lançamento da candidatura, finalizou.

Dicas de marketing político

Gustavo Fleury deu algumas dicas a assessores e candidatos à campanha eleitoral de 2010 sobre comícios, telemarketing, rádio peão, gibi, carta e fotografia. Confira algumas delas:
Comícios
– Proibidos os “showmícios”, ou seja, levar artistas para chamar a atenção da multidão, e depois fazer pronunciamento político;
– Modelo participativo e interativo: um dia antes do comício, a equipe vai de casa em casa perguntando o que o (a) chefe de família gostaria de mudar em sua cidade ou Estado. Fazer a filmagem de todas as entrevistas. No dia do comício, montar dois telões e passar as perguntas para toda a multidão presente. O candidato irá responder, pessoalmente, pergunta por pergunta. “Essa estratégia dá certo porque todas as pessoas foram filmadas querem ir ao comício para ver seus rostos no telão”, enfatizou o professor.

Telemarketing

– Apesar de poucas pessoas acreditarem no poder do telemarketing, Gustavo explica que tudo é uma questão de estratégia. E deu um exemplo: “A equipe do candidato liga para todas as pessoas cadastradas em seu gabinete e dá informações de utilidade pública, como o dia de vacinação contra gripe A”, explica. Ele lembra, entretanto, que isso só é permitido um ano antes das eleições.

Rádio Peão

– São os boatos que as próprias pessoas compartilham no dia a dia. Para usar a “rádio peão” a favor do candidato, o consultor dá a seguinte dica: “O candidato contrata umas 40 pessoas e espalha, por duplas, em ruas movimentadas e ônibus. Eles podem conversar sobre as coisas boas que o candidato irá fazer”, mostra Gustavo. Ele afirma que, dependendo do local, como cidades pequenas, a “rádio peão” é mais eficaz do que a internet.

Gibi

-Transmitem melhor efeito do que outros modelos de informativos impressos;
– São claros, objetivos, diretos, coloridos e até engraçados;
– As pessoas costumam guardar o material;
– As pessoas memorizam com mais facilidade.

Carta

– Quando é escrita de forma objetiva e sincera, o candidato acaba ganhando o eleitor pela iniciativa de enviar uma carta bem planejada até sua casa;
– O conteúdo pode ser em agradecimento aos resultados das pesquisas que mostrou que ele é o candidato mais promissor da eleição.

Slogan

-É a ideia central que se quer passar para os eleitores;
– Têm que mostrar exatamente o que o candidato quer trabalhar em seu mandato: qual missão, objetivo, valores.

Símbolo

– Geralmente, é trabalhando juntamente com o slogan;
-Têm que ser simples, direto e objetivo;
-Têm que ser ponderado, já que o símbolo encarece o material gráfico que será distribuído durante toda a campanha;
-Têm que dizer algo, ou seja, verificar se realmente há a necessidade de um símbolo.

Fotografia

– O candidato tem que ter cinco imagens que serão trabalhadas durante toda a campanha, são elas:

v Retrato:de frente, plano médio concentrado no rosto;
v Que diz tudo: essa é a imagem que o candidato quer projetar aos seus eleitores;
v Com a família: que mostra um candidato amoroso e preocupado com sua família;
v Popular: feito, de cima para baixo, para mostrar um candidato humilde e próximo do público;
v Trabalho: imagem que mostra um candidato pronto para falar em plenário e atender pessoas em seu escritório político.

O palestrante afirma que a decisão do voto está no final da campanha. Por isso, ao contrário do que muitos fazem, é preciso caprichar nas imagens e estratégias de marketing até o último instante.

Gustavo Fleury também lembra que a equipe do candidato deve estar preparada e em sintonia com um objetivo único. “A equipe é como um exército: tem que saber por que está lutando e querer lutar”, enfatizou.

O consultor mostra aos participantes do seminário que o Tribunal Superior Eleitoral disponibiliza, em seu site, uma pesquisa com números confiáveis que podem ser usados nas estratégias de campanha. O endereço é www.tse.gov.br.
para saber mais acesse: http://www.assembleia.go.gov.br/index.php?p=pg_noticia&id=34644

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