Recém aprovada no Congresso Nacional, a Reforma da Previdência foi alvo de debate entre universitários de todo Brasil e deputados federais nesta quarta-feita (23), no Direto das Comissões programa mediado pelo segundo-secretário da Câmara dos Deputados, Dr. Mário Heringer (PDT/MG).
“Temos praticamente todos os meses o Estágio-Visita, intercâmbio de universitários de todo Brasil promovido pela Segunda-Secretaria. Um dos momentos mais proveitosos é o debate entre os parlamentares e os estudantes. Particularmente, tenho meu posicionamento contra a recém aprovada Previdência. Diversos especialistas já se manifestaram que, a médio e longo prazos, estamos construindo um sistema perverso de perda de direitos e de destruição da economia. Mas esse debate faz parte da Democracia. O que se reproduz entre os universitários e os deputados é exatamente o que acontece aqui no Congresso, o direito pleno à divergência de ideias”, assinala Dr. Mário.
Coube ao estudante do 8º período de Direito, Guilherme Ferreira Basílio, de Vitória, Espirito Santo, abordar o tema da nova Previdência, questionando se o texto aprovado foi a melhor opção para o país. Durante o Estágio-Visita, universitários acompanham na Câmara dos Deputados atividades parlamentares.
O deputado petista pela Bahia, Jorge Solla, respondeu que não, a proposta aprovada não cria sustentabilidade, pois apenas passa a criar redução de despesas orçamentárias. “Gastaremos menos com políticas públicas para pagar juros. E isso é muito prejudicial. A pessoa perde o direito de se aposentar, recebe aquém do que esperava, perde a população como um todo. Mais de 80% dos municípios brasileiros têm sua maior receita, mantendo comércio e serviços, oriundos de previdência e assistência social. O que estamos vivendo e aprovando é prejudicial para toda população brasileira”.
Deputado federal pelo Novo de São Paulo, Vinicius Poit foi coordenador em comissão especial da Nova Previdência na Câmara e, segundo ele próprio, “um dos maiores defensores da matéria”. Conforme o parlamentar defendeu em debate com os universitários, é preciso que na conta da economia da reforma (R$ 1 trilhão), se divida por classe (ricos e pobres). Dessa forma, se chegue à conclusão de que ricos e pobres irão pagar pelo sacrifício. Sobre receber menos do que se espera, ele afirmou que basta trabalhar um pouquinho mais para se chegar à aposentadoria integral. “Estamos todos no mesmo barco e todos teremos que nos doar um pouquinho”.