Fazendo uso da Tribuna Livre da Câmara dos Deputados Federais em Brasília (DF), o deputado federal Mário Heringer (PDT) esbravejou contra a Arquidiocese de Mariana, através do representante maior da instituição, o arcebispo e presidente da CNBB Dom Geraldo Lyrio. Ao ter posse da carta enviada pelo religioso a Arnaldo Versiani, ministro relator do processo que pede a cassação do prefeito de Mariana Roque Camêllo, o deputado ficou chocado com o pedido de Dom Geraldo. Segundo consta nos autos, o arcebispo pediu que o ministro relator desconsiderasse a Lei, alegando que Roque é uma pessoa idônea, o que causou a ira do deputado.
“Como um bispo que encabeça um movimento de ficha limpa aos políticos pede para que o ministro relator que caça o diploma de um prefeito volte atrás em seu voto? Pior que isso, o presidente do TSE recebeu a reivindicação, protocolou e encaminhou ao destinatário”, pasmou o deputado que ficou ainda mais chocado quando soube que Versiani mudou o seu voto, cedendo à intervenção da Igreja Católica.
“Onde é que nós estamos? Há qual instância devemos recorrer? Será que teremos que esperar mais uma interferência indevida para que seja tomada alguma atitude? Mesmo Mariana sendo uma cidade tradicionalmente católica, não dá ao bispo o direito de intervir na política. O Judiciário não pode e não deve ceder à intervenções desta natureza, uma vez que o prefeito não cumpriu com a legalidade”, argumentou Mário Heringer que cobrou resposta imediata dos outros ministros a respeito do assunto.
Confira abaixo o conteúdo tanto da carta do arcebispo Dom Geraldo ao ministro relator do processo, quanto o ofício do deputado Mário Heringer ao presidente do TSE.
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