Apesar da polêmica mudança no texto, Dr. Mário Heringer defende importância do projeto Ficha Limpa

Apesar da polêmica mudança no texto, Dr. Mário Heringer defende importância do projeto Ficha LimpaO deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT-MG) espera que, apesar da polêmica aberta com a mudança na redação do texto do Ficha Limpa feita pelo Senado, onde foi aprovado no dia 19 deste mês, o projeto seja sancionado o quanto antes para que haja uma definição em torno de sua validade já para as Eleições 2010. O projeto torna inelegível quem for condenado em decisão colegiada da justiça, mas permite que apresente recurso com efeito suspensivo para viabilizar a sua candidatura. Pelo texto, recurso será julgado com prioridade.

O texto original, aprovado na Câmara, diz que não poderiam se eleger “os que tenham sido condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado”. Fala-se que a mudança no tempo verbal do texto para o futuro poderia ter livrado políticos com ficha suja. Para o presidente do TSE, do jeito que foi aprovado no Senado, o Ficha Limpa só vale para quem for condenado após a aprovação da lei.

Para o senador Demóstenes Torres, relator da matéria na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), em nenhuma democracia uma lei produz efeitos retroativos. Já aquele que esteja respondendo a processo, mesmo em fase de recurso após condenação inicial, poderá ter seu direito de concorrer cassado, se a decisão for tomada por um coletivo de juízes.

O deputado Dr. Mário Heringer concorda com o argumento do Senador. “Esse é o raciocínio mais sensato para essa alteração no texto e não podemos tirar o mérito do Ficha Limpa, que até poderia ser mais abrangente sim, mas é um primeiro passo importante para acabar com a tese de que o Brasil é o país da impunidade.  Espero que entre em vigor ainda este ano”, concluiu.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acredita que, se referendado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até 5 de junho, o Ficha Limpa poderá valer nas eleições de outubro. Os senadores apoiam este entendimento. A decisão final, no entanto, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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