S.O.S. CAFÉ: Produtores realizam manifestação

No último dia 21, aconteceu no trevo de Realeza, uma reunião promovida pelo Movimento S.O.S. Café, que contou com produtores, trabalhadores, comerciantes e autoridades políticas das cidades que sobrevivem do café.

 

A grave situação da cafeicultura nacional, com a ausência de uma política definida de crédito para custeio, comercialização e ordenamento da safra deste ano – que é a segunda maior da história do país e que está sendo comercializada abaixo do custo de produção – é o tema central das discussões dos envolvidos no movimento, que pretendem chamar a atenção do Governo Federal para mais investimento na agricultura e conscientizar os produtores da importância de seu papel na economia brasileira. Para Lino da Costa e Silva, Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu, o movimento “representa um marco para a cafeicultura da nossa região”.
O agricultor Hélio Emerick, do Distrito de Guarani, em Reduto, considera que “a iniciativa foi válida. É um bom início. Mas precisamos engrossar mais a fila e é preciso que os produtores se conscientizem do potencial que nós temos em mãos. A cafeicultura regional é um potencial que gera empregos e rendas. Mas pode ser melhor, se acreditarmos mais uns nos outros”, declarou.

O Prefeito de Reduto, Márcio Gerard, avalia como positiva a iniciativa, mas afirma que é preciso mais iniciativa por parte dos produtores. “Estamos reforçando o movimento com esta manifestação, que nos trará bons resultados. Eu tenho certeza de quem já está lucrando e começando a ficar conhecido com isso é o produtor. Precisamos crescer mais a participação dos produtores, mas esta manifestação foi uma grande demonstração de força da classe agrícola”, afirma Márcio.

O Deputado Federal Dr. Mario Heringer é um dos coordenadores desse movimento e acredita que o objetivo foi plenamente atingido nessa primeira manifestação.

“Hoje, pudemos mostrar para as pessoas da região e aqueles que passaram por essa região para curtir o carnaval na praia, que o Brasil rural funciona e coloca comida na mesa das pessoas. Estamos mostrando ao Governo Federal que podemos fazer coisas diferentes. Passamos um ano brigando pela emenda que liberou os recursos da CPR e conseguimos. Mas essa luta tem que ser constante. Temos que acordar e dormir lutando”, declarou o deputado. O parlamentar, natural de Manhumirim, renunciou às festas do carnaval para apoiar o protesto, permanecendo na região durante toda a última semana dando assistência a sua base.

Uma comissão foi elegida para dar continuidade a essa negociação, até chegar a uma solução em consenso, que beneficie a todos.

Dentro de quinze ou vinte dias, todos prefeitos, câmaras municipais, com seus presidentes e membros, presidentes das associações comerciais, presidentes de sindicatos, além representantes de categorias de produtores e trabalhadores, serão convocados para uma nova reunião, que deve acontecer em Manhuaçu.

Na reunião, serão estabelecidas políticas regionais para a cafeicultura, para possibilitar que o benefício do trabalho dos agricultores fique na região, gerando impostos, trabalho e renda. “Os governos municipais têm condição absoluta de mostrar ao Brasil como é que se faz política agrícola”, afirma o Deputado Federal, que pretende organizar o encontro em data próxima ao Simpósio do Café, que acontece agora, no início de março.


 

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