Carta aberta ao jornalista Márcio Fagundes, do jornal Hoje em Dia

“A quem interessa? A todos que querem ter voz. O vereador, especificamente, hoje é além de legislador e fiscalizador, é o assistente social, o catalizador dos sonhos e o reporter dos menos privilegiados..”
– Mário Heringer


Coluna publicada no Jornal Hoje em Dia, do dia 06/12, terça feira:

O deputado federal Mário Heringer (PDT-MG), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Representação Proporcional nos Municípios Brasileiros, luta pela aprovação da PEC 333/04, em tramitação na Câmara dos Deputados, que prevê o restabelecimento da representação proporcional com base no número de habitantes das cidades, quebrada a resolução do TSE, que reduziu o número de cadeiras nas câmaras de vereadores. Segundo o parlamentar, mais de 170 deputados aderiram ao movimento, que conta com o apoio de 12 senadores. Em todo o Brasil foram reduzidas 8.528 cadeiras no Legislativo municipal. Minas perdeu 1.240 vereadores. E quem está a lamentar essa ausência de representatividade, se não os próprios interessados?

Por Márcio Fagundes

Leia abaixo, a resposta do deputado Mário Heringer ao jornalista:

“Caro Márcio Fagundes,
Na sua coluna de 06/12/2005 no jornal Hoje em dia,você colocou uma questão que reputo, fundamental para a discussão da democracia. A quem interessa? A Democracia, a representatividade, a voz, a ressonância de anseios se não ao povo?

A quem interessa? O Discurso da qualidade, a diminuição da representatividade, o silêncio e a ausência de lamúrias se não aos usurpadores do direito do povo?

Discuto com muito calor esse tema de representatividade porque sendo democrata não posso assistir a ditadura (cada vez mais aplaudida) do executivo (de direita ou de esquerda) sobre os legisladores. A imprensa, amplamente defendida por nós no seu direito tem realmente que colocar essas questões e eu o parabenizo por isso.

A quem interessa? pergunta Márcio Fagundes!
Nós, do legislativo, sabemos de onde é oriundo nosso poder e achamos que é dele (o povo). Paradoxalmente o executivo também é eleito pelos mesmos mas, sendo único e na maioria das vezes, com vocação divina se esquece rapidamente disso e arvóra-se do conhecimento absoluto afunda-se na má individualidade e exacerba sua arrogância.

Nos respectivos níveis, nomeiam o “seu” judiciário e nasce dali uma reciprocidade que pode ferir o interesse de quem, originalmente, os elegeu. A quem interessa? A todos que querem ter voz. O vereador, espeficamente, hoje é além de legislador e fiscalizador, é o assistente social, o catalizador dos sonhos e o repórter dos menos privilegiados.

Caro Márcio, a mim interessa todas melhores razões, a voz do povo.
Cordialmente, Mário Heringer
Deputado Federal
PDT – MG”

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