O SR. MÁRIO HERINGER (PDT-MG) Pronuncia o seguinte discurso:

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no Brasil, a mais nova atividade da juventude é a rave, festa em que crianças e adolescentes viram a noite. E não estamos atentos ao que está acontecendo. Há mais ou menos 15 dias, no Rio de Janeiro, 18 jovens foram internados com overdose, depois de participarem de evento dessa natureza.
Estimula-se no Brasil o consumo de álcool. Sinto-me à vontade para falar sobre o assunto porque não sou abstêmio, pois tomo minha cervejinha de vez em quando. Mas percebo que agora as meninas estão sendo estimuladas a beber Ice, uma bebida docinha.
Tenho certeza de que o consumo de álcool é a porta de entrada para outros vícios. Hoje, crianças e adolescentes saem das boates alcoolizados e agem de forma irresponsável no trânsito. Quanto mais deixarmos a situação correr, mais assistiremos a irresponsabilidades como a que acabei de referir.
Estou colhendo assinaturas, pois precisamos impedir a ocorrência de novos fatos. Espero promover rapidamente um debate na Casa, a fim de encontrarmos uma solução para o problema enfrentado pela juventude.
Nós e o Ministro Temporão temos de rever se é responsável permitir a divulgação na televisão dessas propagandas glamourosas. Não tenho nada contra a Juliana Paes, contra o Zeca Pagodinho. Vejam: não estou iniciando briga ou discussão com os artistas que fazem esse tipo de propaganda, mas enfatizando que elas não têm sido benéficas para a juventude. Portanto, precisamos rediscutir o assunto.
Nos espaços públicos têm de ser proibidos efetivamente a venda e o consumo de álcool. Recentemente, numa universidade de Santa Catarina, assistimos ao consumo indiscriminado de álcool e drogas. Precisamos rever essas posições e ser mais sérios, mais pais dos nossos filhos.
Sr. Presidente, esta a proposta que apresento e pela qual trabalho. Estou colhendo assinaturas com o intuito de acabar com as glamourosas propagandas de bebidas veiculadas na televisão, de não permitir mais que essas bebidas sejam usadas indiscriminadamente nos órgãos públicos, nas universidades e, o mais importante de tudo, de diminuir o número de acidentes e os custos sociais acarretados por esse problema, além, naturalmente, da grande perda de jovens, futuro do País.

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