Category: Clipping 2007

Redução de vereadores aumentou gastos


Dois deputados federais mineiros lideram lados opostos de uma polêmica que já dura três anos: o número de vereadores do país, que foi reduzido em 20% por meio de uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2004. De um lado, o deputado Mário Heringer (PDT), presidente da Frente Parlamentar dos Vereadores, ponta-de-lança de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende aumentar o número de vereadores.

De outro, o deputado Vitor Penido (DEM), presidente da Frente Parlamentar Municipalista, que deseja radicalizar o corte promovido pelo TSE. As duas propostas, contudo, convergem num ponto: não basta mudar o tamanho das câmaras municipais; é preciso mexer nos gastos.

Heringer e Penido concordam que a redução feita pelo TSE, gerou uma explosão dos gastos, já que não houve corte nos percentuais de repasse na maioria dos municípios. Ou seja, as cidades passaram a ter menos vereadores, mas recebem o mesmo repasse para as câmaras. Sobrou dinheiro, que nem sempre _ ou na minoria dos casos _ foi investido no município. Grande parte das vezes, a sobra foi aplicada na própria Câmara, em melhorias que foram de reformas a compras de carros.

Em abril de 2004, o TSE extinguiu 8.841 vagas de vereadores em todo o país. Antes da resolução, as câmaras de vereadores gastaram R$ 4,9 bilhões. Depois do corte do TSE, o gasto subiu para R$ 5,3 bilhões. «O principal problema está no repasse. A decisão do TSE tem sentido moralizante, mas foi equivocada», diz Penido. Em sua proposta, ele quer diminuir os tetos de repasses para as câmaras municipais, que hoje vão de 5% a 8% das receitas do município, para percentuais entre 1,50% e 4,50%.

Além de cortar repasses, Penido quer cortar vagas. Hoje, existem 51.700 vereadores no país. Ele quer chegar ao número de 50.713 para as próximas eleições. Além disso, pretende mudar o critério de distribuição das vagas, que hoje é populacional (vagas de acordo com os tamanhos das cidades) para critérios de arrecadação _ quanto maior a arrecadação, mais vereadores. O corte maior, claro, seria nas pequenas cidades, com menor arrecadação, especialmente aquelas que têm até 10 mil habitantes. Hoje, essas cidades reúnem 23.900 vereadores, com nove cadeiras por cidade. A proposta quer reduzir as vagas para sete.

Do outro lado, a proposta do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), defendida por Heringer, tenta «recompor e redistribuir» as vagas cortadas pelo TSE. No total, a PEC prevê que o país tenha 59.791 vereadores. Heringer nega que haja aumento. Sua comparação é sempre com o número de vagas antes da resolução do TSE – 60.276. Heringer critica idéias como a de sete vereadores, afirmando que uma Câmara tão pequena «não funcionaria para as atividades legislativas, como aprovação de projetos». A PEC estipula mínimo de nove vereadores.

Os limites de gastos, nessa proposta, vão de 4,5% a 7,5%. A economia giraria em torno de R$ 1,5 bilhão por ano. Heringer desafia Penido a mostrar os estudos que permitiram a economia de R$ 5 bilhões por ano.

Karina Gomes Barbosa
Publicado em: Jornal Hoje em Dia, em outubro de 2007.

Mário Heringer pede aprovação da PEC dos Vereadores

O deputado Mário Heringer (PDT/MG) defendeu a união dos parlamentares em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 333/04, que aumenta o número de vereadores nas câmaras municipais, a fim de que a matéria seja colocada em votação ainda nesta semana. Heringer explicou que a urgência é devia à aproximação das eleições ano que vem.

Se a PEC não for aprovada antes de setembro, segundo ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá alegar sua extemporaneidade e, dessa forma as alterações não poderão ser aplicadas nas eleições de 2008. “Isso já aconteceu em 2004 e acontecerá em 2008 se não agirmos com firmeza e inteligência”, alertou. A PEC estabelece novos limites para a quantidade de vereadores e para gastos nas câmaras municipais, muda a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, em abril de 2004, reduziu em mais de oito mil o total de vereadores no País. “A intenção era muito boa: reduzir o custo das câmaras. Mas a distribuição que fez do número de vereadores em determinadas cidades inviabilizou completamente o processo legislativo”, observou. “Imaginem uma cidade grande com diversos pleitos, muitas dificuldades, enormes problemas e com número mínimo de vereadores. Um vereador vai estar numa comissão temática, discutindo e depois na comissão econômica, dando sua opinião. Isso fica quase que exclusivamente na mão de poucos grupos, que passam a dominar o processo legislativo na Casa”.

A relação à redução do número de vereadores pelo TSE, de acordo com o parlamentar, foi a criação da Frente Parlamentar dos Vereadores, que conseguiu aprovar a PEC na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Mas, ressaltou, há um ano e meio a PEC espera entrar na Ordem do Dia do Plenário.

Falando da importância do vereador, Heringer ressaltou que esse político é um interlocutor direto das pessoas que não têm acesso à mídia e ao prefeito. “É ao vereador que as pessoas recorrem e se lançam na madrugada quando, no desespero e por causa da inoperância do nosso Estado, precisam de ajuda para irem a um médico”, assinalou, acrescentando que o Poder Legislativo municipal tem sido o mais cobrado e tem cumprido o seu papel. Planalto
O deputado disse ainda que integrantes do seu partido foram recebidos pelo presidente Lula. Na ocasião, afirmou, o PDT cobrou do presidente a regulamentação da Emenda 29, principalmente no tocante às tabelas do Sistema Único de Saúde (SUS) que, a seu ver, precisam ser revistas. “Do jeito que a saúde, os médicos e os hospitais estão sendo tratados, está inviabilizando a saúde no Brasil”, protestou.

Publicado em: Jornal da Câmara, em agosto de 2007.

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