Autor: Deputado Mário Heringer

PEC dos Vereadores avança na Câmara

Mario Heringer

A Comissão Especial destinada a proferir paracer à PEC 336-A/2009, que “Altera a redação do inciso IV do caput do art. 29 da Constituição Federal, tratando das disposições relativas à recomposição das Câmaras Municipais, PEC dos Vereadores,  marcou, para a próxima semana, dia 26 de agosto, a discussão e votação do Parecer do Relator,

deputado Arnaldo Faria de Sá. O deputado Mário Heringer continua trabalhando para que a proposta encontre consenso entre os parlamentares membros da Comissão, sem se esquecer da votação que brevemente ocorrerá no Plenário da Casa.
Em discurso proferido na sessão de ontem (18 de agosto de 2009) na Câmara dos Deputados, o parlamentar mineiro disse:
“outro assunto que precisamos resolver definitivamente, uma vez que desde 2004 estamos nessa luta, é a PEC dos Vereadores. Esse assunto é reincidente, mas de maneira clara. Esse assunto já foi ao Senado, deixou de ser votado lá, já voltou. Hoje temos uma Comissão Especial de pessoas envolvidas e que conhecem realmente o assunto.
A alegação feita no Tribunal Superior Eleitoral de que reduzindo o número de Vereadores se reduziriam os gastos com o Legislativo municipal é equivocada. Na verdade, houve redução do número de pessoas representantes e manteve-se o orçamento. Isso todos já dissemos e repetimos. Mas volta agora como cadáver insepulto, como fantasma, a história de que estamos aumentando o número de Vereadores e que a redução não existe.
Existe, sim, é efetiva, mas não temos de brigar e entrar na discussão nesse tom. O tom da nossa discussão deve ser em torno da recuperação e da representatividade proporcional nos Municípios, uma vez que esses Vereadores, suplentes, privados dos seus mandatos, não são apenas legisladores e fiscalizadores, mas representantes legítimos, assistentes sociais, repórteres, pessoas que fazem o movimento de interlocução entre o povo, a base da sociedade e os seus dirigentes no Executivo e, às vezes, até no Judiciário.
Na verdade, precisamos adotar essa decisão de fazer e votar efetivamente, de maneira que não fiquemos fazendo esse pingue-pongue: vai para Câmara, volta para o Senado; vai para o Senado, volta para a Câmara. Isso não interessa a ninguém, a não ser às pessoas que querem manter o status quo, aquela posição de privilégio que alcançaram.
Hoje sabemos que um Vereador de mandato pode não estar no mandato que vem, poderá ser um suplente. E as posições que são adotadas hoje em função do próprio umbigo deveriam ser olhadas com mais carinho. Eu, desde 2004 estou nessa luta, assisti a Vereadores de mandato, no mandato passado, hoje suplentes, fazerem o mesmo caminho, a mesma via-sacra feita anteriormente.
Parem com esse egoísmo porque ele não vai resolver o problema do Legislativo municipal. O que buscamos e entendemos ser justo, hoje, é recuperar, fazer a redistribuição proporcional e parar com a discussão porque ela já está se alongando muito, já está nesta Casa desde 2004.”
Histórico – A PEC dos Vereadores aumentava o número de vagas para vereadores em todo o país, bem como estabelecia novos gastos para as Câmaras Municipais. Após a aprovação pelo Senado, no final do ano passado, a Câmara se recusou a promulgar a proposta, alegando que o texto havia sido modificado na parte que trata dos gastos do Legislativo municipal.

A recusa levou o então presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), a entrar com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) exigindo a promulgação parcial da PEC. Em março deste ano, as mesas diretoras das duas Casas fizeram um acordo e dividiram a PEC em duas: uma proposta trata do aumento de vagas e a outra, a PEC “paralela”, do limite de gastos.

Mário Heringer fala na sessão da Câmara dos Deputados e destaca as principais demandas da sociedade

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Ouvidor-geral da Câmara, o deputado Mário Heringer (PDT-MG) destacou a importância do órgão como canal de interlocução com a população e apontou como principais demandas recebidas da sociedade a questão dos aposentados, a redução da jornada de trabalho, a PEC dos Vereadores e a reforma política. Segundo o deputado, o número de manifestações referentes aos aposentados mostra a
necessidade de uma solução para o fator previdenciário. “Os aposentados têm mandado, em enorme quantidade, notícias e posições que, quando as analisamos, a sensação que temos é a de que estamos cometendo injustiças”, afirmou. Ao comentar os pedidos pela votação da jornada semanal de 40 horas, o deputado avaliou que, se for resolvido o problema dos aposentados e se o empregado tiver “condições decentes” de trabalho, a Câmara estará dando a atenção devida a esses segmentos, e ninguém poderá dizer que a Casa “não trabalha ou que trabalha com interesses outros que não sejam os do povo brasileiro”.

Em relação à PEC dos Vereadores, Heringer lembrou que a proposta já passou pelo Senado, voltou à Câmara e é analisada por uma comissão especial. Para o deputado, a alegação feita no Tribunal Superior Eleitoral de que, reduzindo-se o número de vereadores, seriam reduzidos os gastos com os Legislativos municipais, é equivocada. “Na verdade, houve redução do número de representantes e manteve-se o orçamento”, explicou. Para o deputado, a discussão deve girar em torno da recuperação e da representatividade proporcional nos municípios.

Reforma política – O ouvidor também defendeu uma rápida definição sobre a reforma política e criticou as propostas de lista fechada de candidatos e de financiamento público de campanha. Para ele, as mudanças deveriam começar por uma reforma partidária, com partidos organizados e fiscalizados em todos os municípios, para democratizar o pleito e dar acesso a todos que quiserem disputar um cargo público.

Na avaliação de Mário Heringer, a lista fechada é um mecanismo de controle, que ficará nas mãos de poucas pessoas. Ele propõs o debate de outros pontos da reforma, como candidatura avulsa, em que os candidatos não precisam de partido para disputar uma eleição; e o voto facultativo.

Comunicação – O deputado disse ainda que pretende levar para a Ouvidoria todos os canais de comunicação da Câmara, pois as demandas que chegam hoje a esse serviço representam em torno de 10% a 15% das manifestações da sociedade junto à Casa. Nos dois últimos meses, disse, a Ouvidoria já fez contatos com todas as câmaras municipais e está implantando um sistema de busca direta de opinião dos Legislativos municipais e estaduais. “Queremos, valorizando o Legislativo como deve ser feito, trazer essas opiniões, trazer essas questões à baila”, explicou.

Minha intenção, ao trazer para cá esses assuntos — para encerrar, quero
reiterá-los, porque são importantes: o fator previdenciário, as 40 horas, a agilidade
nessas votações, a PEC dos Vereadores —, foi fazer uma discussão que torne esta
uma Casa de discussões positivas. Que não fiquemos imobilizados do lado de cá
assistindo ao que está acontecendo na outra Casa.

Era o que eu gostaria de deixar registrado, Sr. Presidente.

Quero agradecer a todos a atenção e dizer ao povo de Minas Gerais, que
neste momento represento como coordenador de bancada, que estamos aqui na
frente de lutas tentando levar para o Estado o que pudermos em termos de
orçamento, preocupados com o metrô de Belo Horizonte e com a Copa do Mundo,
que, como sabemos, vai despender recursos. Precisamos fazer esse trabalho bem
feito.

Deputado pede liberação de emendas a Paulo Bernardo

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O deputado Mário Heringer (PDT-MG), coordenador da bancada Mineira, cobrou  há pouco, do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a liberação das emendas parlamentares ao orçamento. Ele lembrou que já houve um decreto anulando emendas que não tinham sido executadas até 2006. Ele teme que ocorra o mesmo com emendas posteriores a esse ano.

Paulo Bernardo participou de reunião com a bancada do Nordeste na Câmara. O ministro fez um balanço das realizações do governo e disse que o Plano Plurianual (PPA) em vigor prioriza a educação de qualidade. Paulo Bernardo disse em janeiro deste ano as universidades federais ofereciam 227 mil vagas, o dobro do oferecido em 2003. Várias dessas vagas surgiram, segundo o ministro, com a criação de universidades no nordeste.

Stephanes: governo vai tirar 10 mi de sacas de café do mercado

07/08 – 13:58 – Agência Estado

Brasília, 7 – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou hoje que o governo vai tirar 10 milhões de sacas de café do mercado, neste ano e no próximo. Segundo ele, até agora o governo retirou 3 milhões de sacas do mercado (considerando as opções de venda que vencem a partir de novembro), o que significa que com as intervenções nos próximos meses serão retiradas mais 7 milhões de sacas.

A política vai demandar R$ 1 bilhão. Parte deste recurso, R$ 300 milhões, saíra do orçamento que está sendo negociado pela Agricultura com o Ministério da Fazenda.

A expectativa do ministro é que a política de apoio à cafeicultura seja anunciada na próxima semana. Stephanes conversou hoje com os repórteres setoristas no Ministério, para fazer um balanço dos assuntos pendentes, já que na próxima semana ele estará em férias.

Ainda sobre o café, o ministro fez mea-culpa e disse que foi um erro o governo não ter adotado uma política mais agressiva para evitar queda de preços no momento da colheita. “As opções de venda não foram suficientes. Vamos intervir agora para formar estoques”, disse Stephanes. Ele afirmou que a conclusão do governo é que há excesso de café no mercado, mas completou que a sinalização é de aumento de preços nos próximos meses.

O ministro também falou sobre a situação dos países compradores de café. Ele disse que, como os estoques estão elevados, os importadores evitam comprar do Brasil. Stephanes comentou ainda a decisão da Colômbia de vender café para o Brasil. Ele não mostrou inquietação sobre o tema. “Não temos nada contra. A Colômbia não tem grande quantidade de café para vender para o Brasil. Nós temos, na verdade, é que aprender um pouco com os colombianos”, disse Stephanes.

Governo Federal libera recurso de emenda de Mário Heringer para UFJF

UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mais uma vez, acaba de ser beneficiada com a aprovação e liberação de emenda parlamentar no valor de R$2.000.000,00 (dois milhoes de reais), OGU 2009. Somadas, as emendas já liberadas à Universidade (OGU 2007, 2008 e 2009), são mais de R$ 4 milhões gasto para

melhorar ainda mais as condições de ensino ofertadas aos estudantes e docentes dessa instituição. A emenda foi apresentada pelo deputado Mário Heringer, do Partido Democrático Trabalhista (PDT). O recurso já pode ser utilizado e terá que ser aplicado na  Reforma e Modernização de Infra-Estrutura Física da UFJF.

“Só tenho a agradecer, mais uma vez, o empenho do deputado que, com a iniciativa, contribui não só para a execução de obras de melhoria física, mas para o avanço do ensino na instituição”, destaca o Reitor da UFJF professor Henrique Duque.

Já o parlamentar Mário Heringer afirma que tem procurado direcionar suas ações para as escolas tanto de ensino médio quanto de ensino superior.

“Venho me dedicando com empenho para esta causa, com um carinho especial pela Universidade Federal de Juiz de Fora, que foi onde me formei”, conta.

A nova quantia, que acaba de ser liberada, reafirma a preocupação do deputado. “Entendo que com infra-estrutura adequada é possível garantir às instituições maior qualidade de ensino”, destaca Mário Heringer.

Mário Heringer comparece a reunião de instalação sobre a PEC dos Vereadores

Mario Heringer

Foi instalada nesta terça-feira a comissão especial para analisar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que eleva a quantidade de vereadores dos atuais 51.748 para até 59.791 (PEC 336/09), chamada de PEC dos Vereadores. O deputado Mário Heringer, Presidente da Frente dos Vereadores, é o único membro titular do PDT a pertencer à esta Comissão.

Ele acredita que  “o desfecho na Comissão Especial tem tudo para acontecer antes do fim do mês de agosto.”

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) foi eleito presidente, e o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), designado relator.

A partir da instalação da comissão, os parlamentares terão o prazo de dez sessões do plenário para apresentar emendas à proposta. A próxima reunião está prevista para semana que vem, quando deverão ser eleitos os três vice-presidentes da comissão.

Veja abaixo a composição da Comissão Especial:

Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição 336-A, de 2009, do Senado Federal, que “altera a redação do inciso IV do caput do art. 29 da Constituição Federal, tratando das disposições relativas à recomposição das Câmaras Municipais”. – PEC336/09

Presidente: Fernando Ferro (PT/PE)
1º Vice-Presidente:
2º Vice-Presidente:
3º Vice-Presidente:
Relator: Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP)

TITULARES SUPLENTES

PMDB/PT/PP/PR/PTB/PSC/PTC/PTdoB                                                                 
Arnaldo Faria de Sá PTB/SP (Gab. 929-IV)            Antônio Carlos Biffi PT/MS (Gab. 260-IV)
Dilceu Sperafico PP/PR (Gab. 746-IV)                  Dr. Paulo César PR/RJ (Gab. 565-III)
Fernando Ferro PT/PE (Gab. 427-IV)                   Marcelo Melo PMDB/GO (Gab. 962-IV)
José Carlos Araújo PR/BA (Gab. 246-IV)              Mauro Benevides PMDB/CE (Gab. 607-IV)
José Guimarães PT/CE (Gab. 358-IV)                  Mauro Lopes PMDB/MG (Gab. 841-IV)
Luiz Couto PT/PB (Gab. 442-IV)                          Pastor Manoel Ferreira PTB/RJ (Gab. 226-IV)
Nelson Bornier PMDB/RJ (Gab. 216-IV)                Rubens Otoni PT/GO (Gab. 501-IV)
Nelson Trad PMDB/MS (Gab. 452-IV)                    Vilson Covatti PP/RS (Gab. 228-IV)
Pedro Chaves PMDB/GO (Gab. 406-IV)                  1 vaga

PSDB/DEM/PPS

Abelardo Lupion DEM/PR (Gab. 515-IV)                   Eduardo Gomes PSDB/TO (Gab. 950-IV)
Bonifácio de Andrada PSDB/MG (Gab. 235-IV)         Gervásio Silva PSDB/SC (Gab. 418-IV)
Humberto Souto PPS/MG (Gab. 918-IV)                   Ilderlei Cordeiro PPS/AC (Gab. 462-IV)
João Campos PSDB/GO (Gab. 315-IV)                      Paulo Magalhães DEM/BA (Gab. 903-IV)
Solange Amaral DEM/RJ (Gab. 324-IV)                     Vitor Penido DEM/MG (Gab. 634-IV)

PSB/PDT/PCdoB/PMN

Gonzaga Patriota PSB/PE (Gab. 430-IV)                Francisco Tenorio PMN/AL (Gab. 572-III)
Mário Heringer PDT/MG (Gab. 212-IV)                  Ribamar Alves PSB/MA (Gab. 729-IV)

PV
Roberto Santiago PV/SP (Gab. 533-IV)                  Ciro Pedrosa PV/MG (Gab. 479-III)

PSOL
Luciana Genro (*) PSOL/RS                                  1 vaga

O deputado Mário Heringer recebeu em seu escritório político em Belo Horizonte as seguintes autoridades:

Mario Heringer

Aurélio José Lourenço PDT de Barbacena
Márcio José da Silva – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barbacena
Geralda Elazz de Melo Carvalho – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Carandaí
Elcio Vicente Ferreira Amaral – Vice – Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais
Michel Kleber do Nascimento – estagiário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barbacena

Na pauta:
Solicitação de Agência Regional do MTE em Barbacena, registro de diversos Sindicatos parados no MTE   
dos Trabalhadores Rurais de: Carandaí, Alfredo Vasconcelos, Alto Rio Doce, entre outros na região.

Mário Heringer fala sobre a crise na Cafeicultura no Brasil

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Mário Lúcio Heringer, deputado federal pelo PDT, nasceu em 1954 no município de Manhumirim, MG. Após concluir parte dos estudos em sua cidade natal mudou-se para Juiz de Fora, onde fez o curso de Medicina. Depois de formado resolveu se mudar para a cidade do Rio de Janeiro onde se especializou em ortopedia, se casou e durante mais de 20 anos trabalhou em diversos

hospitais na capital carioca. Em 2001 resolveu que era hora de ingressar na vida política. Elegeu-se deputado federal em 2002, e reelegeu-se no pleito de 2006. Nas duas disputas, foi o deputado federal mais bem votado em Minas Gerais pelo PDT.

Como foi tomar a decisão de largar a Medicina e optar pela carreira política?

Essa não é uma decisão simples, mas é uma decisão que a gente tem que tomar. Se a gente tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo, não faz bem nenhuma das duas. Eu tenho um compromisso comigo mesmo de dar o melhor de mim naquilo que eu estiver me dedicando. Eu tenho certeza absoluta que eu fui um bom médico e que posso voltar a ser quando um dia parar de me dedicar à política. E tenho certeza que estou fazendo tudo para continuar sendo um bom político, mantendo uma tradição do nosso Estado e do nosso País, de ter políticos voltados para os interesses maiores da população e não para as picuinhas.

Foi uma decisão repentina ou o senhor já sonhava com a vida política desde a adolescência ou juventude?

Eu acho que a gente nasce político e isso a gente percebe nas ações que realizamos durante a vida. Mas eu participei realmente da política quando eu estava na faculdade, através da política universitária, e depois disso fui pro Rio me dedicar à vida profissional. Mas a política nunca sai do sangue não, acredito. A gente só reacende esta chama dentro de nós. As pessoas que gostam mesmo de política, uma hora ou outra acabam assumindo isso.

Por duas vezes o senhor foi o Deputado Federal mais bem votado em Minas Gerais pelo PDT. Por que o senhor optou pelo PDT?

Eu sempre tive um comportamento socialista. Eu sempre gostei das teses do Trabalhismo. E quando eu fui para o Rio de Janeiro morar lá, foi exatamente quando se reiniciou a redemocratização, e nesse período eu convivi mais de perto com as teses trabalhistas, uma vez que ocorria a disputa pelas siglas entre a Ivete Vargas e Leonel Brizola. A gente trabalhou, ajudando amigos nossos na época a disputar as eleições. Então, a afinidade é pelas propostas, pela base política, pelo entendimento que a gente tem da maneira de governar. É por isso que eu sou pedetista.

Ao longo desse tempo, exercendo seu mandato na Câmara Federal, quais têm sido suas principais bandeiras políticas?

Eu procuro dizer que minhas bandeiras são e serão sempre as bandeiras do meu partido, mas principalmente as bandeiras dos homens de bem. Onde estiver a razão e o bem estar para a maioria da nossa comunidade, da nossa sociedade, eu estou nelas. Mas as bandeiras mais importantes pra nós, partidariamente, são a educação, o trabalho e o emprego, além da saúde.

Ultimamente o senhor ingressou numa luta em defesa dos produtores rurais, em especial da cafeicultura da nossa região. Como se deu esse processo?

Na verdade, há muitos anos a gente assiste essa luta dos cafeicultores da nossa região. Nós temos hoje aqui na nossa região a melhor distribuição fundiária, a melhor densidade demográfica rural, quer dizer, a região foi toda bem ocupada por pequenos e médios produtores e são estas pessoas que alimentam e que dão todo o dinamismo econômico da nossa região. Nossa região só funciona, e tem riqueza no comércio, tem riqueza na medicina e em outras atividades e serviços, porque existe o café. As pessoas têm uma tendência a dizer que o cafeicultor está chorando de barriga cheia. Não está não. A coisa está feia, os preços dos insumos são caros, o custo da mão de obra hoje afeta a produção, apesar de eu entender que o trabalhador mereça ser bem remunerado. E o mais importante: os grandes conglomerados econômicos estão ditando o preço do café e sufocando o produtor. Então, nessa condição, eu acho que nós tínhamos que mobilizar não só os produtores, mas todas as cadeias de trabalho que geram recursos em nossa região, em torno de uma luta para favorecer a cafeicultura. Então foi em torno disso que entrei nessa defesa. Eu acredito na cafeicultura como o maior e mais importante veículo econômico e social da nossa região. Eu vou continuar nessa luta, inclusive organizando na base do Governo uma espécie de bancada ruralista, para que nós possamos conseguir os intentos e realizar para nossa sociedade e nossa região o bem estar. Nós conseguimos a liberação de 300 milhões de reais para o refinanciamento da CPR, mas dentro do próprio Governo, dentro do próprio povo que está aí nas antigas da cafeicultura, houve o boicote, uma dificuldade dentro do Banco do Brasil, justamente para prejudicar, porque eles não querem ajudar.

Até agora a gente percebe apenas o envolvimento dos sindicatos dos produtores rurais de Lajinha, de Manhuaçu e de Manhumirim. Como o senhor vê a falta de participação dos movimentos organizados da nossa região?

Eu fico incomodado, porque eu fui lá em Varginha, participar de um encontro de cafeicultores e tinha 25 mil pessoas na rua. Eles conseguem se mobilizar, se defender. Só que lá, já é uma tradição, os movimentos são ligados a partidos políticos antagônicos ao Governo. Então o Governo hoje não facilitaria a vida deles, exatamente por isso. Nós precisamos nos organizar aqui. Temos que chamar os sindicatos de trabalhadores e de produtores rurais de toda a nossa região, para nos unirmos em torno dessa luta. Eu me proponho, inclusive, a organizar a partir do segundo semestre agora, um grande encontro na nossa região, de presidentes dos sindicatos dos trabalhadores e dos produtores rurais, para que possamos discutir e tentar fazer um trabalho conjunto e levar à Presidência da República, ao Ministério da Agricultura, a realidade dos fatos e a tentativa de resolver este problema.

O que mais vocês pretendem com esta luta?

Bem, nós temos que criar duas situações: acabar com essa eterna dívida. Não estamos pedindo anistia, mas condições para pagar a dívida com produtos que não sejam submetidos a taxas cambiais e a juros extorsivos. É por isso que a gente pede um prazo de 20 anos para o pagamento e pagamento com o próprio café. Com isso, a gente cria um estoque regulador dentro do Governo e se o Governo quiser regular a produção e manter um preço para que nós não tenhamos problemas no futuro, nós teríamos capacidade de gerar renda. Nós melhoramos a qualidade de café em nossa região e os preços continuam ruins. Então se nós conseguirmos este parcelamento da dívida em 20 anos, com o pagamento em produto e uma fixação hoje de 320 reais a saca do café, com certeza a gente dá um salto para resolver o problema da cafeicultura nacional.

O senhor também preside a Frente dos Vereadores, que tem a intenção de reorganizar as Câmaras Municipais em todo o Brasil, que tiveram o número de vagas reduzido em 2004. Como está este trabalho?

Este é um processo que julgo de maior importância. A representatividade popular e proporcional não pode ser lesada. O Tribunal Superior Eleitoral lesou e foi referendado pelo Supremo. Eles legislaram onde não deveriam legislar. Acho que nós temos que recuperar esta representatividade e, para isso, já estamos constituindo uma comissão especial e eu espero que, em breve, tenhamos essa votação e definição dessas posições. O Brasil não pode prescindir do Poder Legislativo e o Poder Legislativo não pode deixar que o Poder Judiciário interfira nas suas ações e nas suas funções. Nós precisamos que a sociedade acompanhe, veja quem está trabalhando e o que está fazendo. E a própria sociedade, e a imprensa têm responsabilidade nisso, separe o joio do trigo. A imprensa é o maior órgão que a gente tem hoje para o fortalecimento da democracia, e o interesse tanto da imprensa, quanto do Poder Legislativo tem que ser o povo brasileiro.

Deputado, hoje o Senado Federal vive um momento muito constrangedor e está com a imagem bastante arranhada, que acaba afetando toda a classe política. Qual a avaliação que o senhor faz dessa situação?

Ah, é bastante constrangedor para a gente, não é? Eu já imaginava que poderia ter muito mais coisas no Senado, como tem na Câmara, no Governo Federal, no Poder Judiciário. Eu acho que coisas boas existem em todos os lugares e coisas ruins também. Mas, no Senado, eu sempre achei que poderia ter mais coisas ruins, porque uma casa que tem 81 senadores ter um orçamento anual igual ao da Câmara dos Deputados, que tem 513 membros, significa que o Senado está gastando sete vezes mais que a Câmara. E todo mundo diz que a gente já gasta muito, você imagina no Senado! Então, eu imagino que lá deve ter muita distorção a ser corrigida. Isso nos incomoda, porque essas distorções não são da maioria não. São pequenos grupos privilegiados lá dentro que comandam, que nomeiam os diretores, que montam seus esquemas escusos e que tem que ser descobertos e punidos. Eu acho que tem que botar pra fora mesmo e consertar o mal feito.

Essa crítica aos parlamentares acaba tendo reflexos também na nossa região. O que o senhor tem a dizer a respeito dos comentários que visam atingir os deputados na nossa região?

Bem, eu estou chateado com uma reportagem que eu li, não vou dizer quem falou, mas estou acionando juridicamente um pré-candidato que já está particularmente trabalhando em nossa região, que disse uma frase que ele vai ter que dizer sobre quem se referia. Eu acho que um agente político quando emite qualquer tipo de opinião, tem responsabilidade por ela. Principalmente ele, que não é deputado, mas apenas um pré-candidato, segundo ele mesmo, não tem nem o direito de emitir opinião ainda. Como cidadão ele tem esse direito e como cidadão é que ele vai responder quem são os deputados que ele afirma que envergonham a nossa região, porque eu estou muito à vontade: eu não envergonho a minha região, nem meu Estado, nem meu País, e muito menos a minha família. Ele vai ter que responder em juízo porque este tipo de ação eu não vou admitir.

Ano que vem é um ano de eleições. Como estão as articulações políticas em nossa região?

Por enquanto estamos todos trabalhando para nos organizar em torno das eleições 2010. Quando houver a decisão do governador Aécio Neves, se ele vai ser candidato ao Senado ou à Presidência da República, as peças vão se mexer no tabuleiro. E a gente espera estar participando dessas mexidas. O PDT quer estar participando da chapa majoritária em Minas Gerais. Mas, vamos ver o que vai acontecer. Em princípio, serei candidato a Deputado Federal nas próximas eleições.

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