Vereador Aristóteles Borges da Matta (Papinha), de Sacramento, visita Mário Heringer


Vereador Aristóteles Borges da Matta (Papinha) e dep. Mário Heringer



O vereador Aristóteles Borges da Matta (Papinha), 1° Secretário da Câmara Municipal de Sacramento e Presidente Regional do PDT, foi recebido pelo dep. Mário Heringer na manhã de 04/10. O vereador veio reiterar seu apoio e seu agradecimento ao Deputado Mário Heringer e solicitar ao parlamentar mineiro que destine recursos federais para seu município. “Nosso gabinete em Brasília está a disposição dos amigos de Sacramento e estaremos aqui atentos às causas que envolvem o bem estar e a justiça social do povo da nossa querida Minas Gerais”.

Discurso proferido pelo vereador Aristócles Borges da Matta, na sessão ordinária do dia 26 de setembro 2005 na Câmara Municipal de Sacramento-MG:

“Senhoras e senhores,
A interminável novela da corrupção no atacado no governo Lula – ao contrário da corrupção no governo FHC que grassava no varejo – diariamente apresenta capítulos cada vez mais escabrosos do que os anteriores derruba a popularidade do presidente, ameaça o seu mandato, reduz as chances de reeleição e faz cair, de vez, a máscara de ex-dirigentes do Campo Majoritário do PT como defensores da ética e da moral política. E até o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, envolto em denúncias de corrupção acaba de renunciar ao seu mandato de Deputado e Presidente da Câmara dos Deputados.

Fatos e mais fatos, denúncias e mais denúncias de improbidade administrativa no governo Lula comandada por integrantes desta facção do PT e aliados multiplicam-se, avolumam-se na imprensa numa intensidade jamais vista neste país em todos os tempos.

E todo mundo já sabe – só os seus responsáveis no PT negam – que o dinheiro que irrigava o “mensalão” é dinheiro público, vindo de estatais ou de empresas com relações promíscuas com o governo (agências de publicidade, prestadoras de serviços à administração direta ou estatais, etc). Delúbio Soares foi mero executor de um vasto esquema de propinoduto armado em nível nacional. Marcos Valério, ao se prestar em servir de biombo na ilícita irrigação de recursos para políticos, tornou-se o maior laranja deste país.

Às vezes em que o presidente se manifestou em vários discursos a respeito, dizendo que os culpados seriam punidos, só serviram para aumentar a descrença da população nesta possível punição dos culpados. E a cada repetição do presidente deste já velho jarjão, cresce a impressão generalizada de que ele fala muito e age pouco. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que anuncia apoio aos trabalhos das CPIs em ação no Congresso, CPI dos Bingos, CPI dos Correios e CPI do Mensalão, o governo e setores do Campo Majoritário do PT agem de forma contrária: dificultam, cada vez mais, os seus trabalhos, buscando retardar a convocação de pessoas envolvidas nos escândalos.

Ao instalar no país a corrupção no atacado, o governo do PT deixou transparecer um projeto de permanência no poder por tempo quase ilimitado, em que valia tudo, tudo mesmo para alcançar o seu objetivo maior.

A sistemática de arrecadação de recursos de fornecedores empreiteiros do governo, desvendada a partir da Prefeitura de Ribeirão Preto, chegou ao nível nacional com voracidade felina, sempre envolvendo o chamado caixa 2 das empresas, assustando até os mais céticos dos políticos acostumados a estrepolias à custa do erário público.

Ao acionar o caixa 2 das empresas e o utilizar em larga escala, seja para comprar o voto de parlamentares aliados, seja para alimentar o apetite de vários petistas, seja para formar um vasto império político em todo o país esta ala majoritária do PT, comandada, até ser parcialmente implodida por Roberto Jefferson, por José Dirceu, José Genuníno, Silvio Pereira, Marcelo Sereno e Delúbio Soares, demonstrou que não estava preparada para ditar as regras do exercício do poder pelo PT, mesmo sucedendo ao desastrado governo FHC.

Implantado sob o signo da esperança, após ter FHC infelicitado o país com um governo pífio, que dilapidou o patrimônio público, através de um processo de privatização que deu prejuízo de alguns bilhões de reais ao país, o governo Lula completa hoje dia 26 de setembro, 2 anos, oito meses e vinte e seis dias, cada vez mais envolto no maior esquema de corrupção já ocorridos no país em todos os tempos. Com novas descobertas de falcatruas em todas as estatais investigadas, a situação do PT e do governo perante a opinião pública tende deteriorar-se cada vez mais e, mesmo com as voltas que o mundo dá, não resta mais dúvidas de que os estragos eleitorais no partido governista, vão ocorrer em 2006.

Haja vista que a última pesquisa publicada no dia 20 de setembro fluente, demonstrou a desagregação do governo Lula, cujos índices indicaram queda vertiginosa na sua popularidade e na confiança que o povo brasileiro tinha de seu governo. Hoje 49% (quarenta e nove por cento) do povo brasileiro, não confiam mais neste governo corrupto.

Sem experiência administrativa, sem a coragem necessária para enfrentar os interesses dos poderosos do sistema financeiro, que combateu de mentirinha quando era sindicalista oposicionista, Luís Inácio Lula da Silva, desde o primeiro dia de seu mandato, repetiu os mesmo erros sempre cometidos por políticos ao longo da história: renegou tudo que havia pregado em praça pública e deu continuidade ao que FHC vinha fazendo contra o povo, através desta nefasta política financeira. Lula, em assim agindo, mostrou que o povo havia errado ao elegê-lo. A pregação de mudança empolgou o país de norte a sul, a aliança com um empresário de respeito – José Alencar – lhe deu credibilidade e o desgaste de FHC lhe possibilitaram alcançar o poder. Mas Lula, após eleito, mostrou sua verdadeira face, deixou de fazer as mudanças que prometera, deu continuidade a esta política financeira desastrosa e viu transformarem-se órgãos da administração federal em antros de corrupção ainda mais acentuada do que no governo anterior.

A submissão de Lula ao sistema financeiro, ao seguir a política financeira comandada por Antônio Palocci e Henrique Meirelles, impingiu ao país um prejuízo de mais de R$ 250 bilhões nestes dois anos, oito meses e vinte e seis dias deste desgoverno, prejuízo muito mais elevado do que o propinoduto operado por Delúbio Soares e Marcos Valério.

Lula atingiu, no Planalto, um nível de incompetência jamiais imaginado pelos habitantes da planície, tornando cada vez mais distante o sonho de reeleger em 2006. E, desconhecendo a história, o presidente se comparou a JK, dizendo que quer ter a paciência de Juscelino. Saiba Lula que Juscelino foi o mais impaciente de todos os presidentes brasileiros, pois queira realizar obras a mil por hora, e fez o Brasil crescer 50 anos em cinco, com uma média de 8% de crescimento anual do PIB brasileiro. Lula, ao contrário, não conseguiu realizar obra nenhuma, demonstrando não ser tocador de obras, mas sim pagador de juros elevados. Como resultado desta cópia fiel da orientação do seu antecessor, o crescimento médio em seu governo é de pouco mais de 2% ao ano, um dos menores do mundo. Enquanto isto, a carga tributária (41% do PIB), as taxas de juros (19,5% ao ano) e os níveis de corrupção já nas galácias são dos maiores do planeta. Como se vê, não há termos de comparação entre JK e Lula.

Começar tudo de novo, passar uma borracha no passado, tentar fazer um governo de pacificação nacional e coalisão ampla, para salvar o seu próprio mandato, como se estivesse só agora tomando posse. Este seria novo caminho a trilhar pelo governo Lula para evitar uma agonia de um ano, três meses e quatro dias que lhe restam de mandato.

Mas, a manter-se nesta postura de resistência às investigações, de bancar o avestruz neste vendaval de podridão no seu governo, a crise tende a se agravar ainda mais e desaguará fatalmente num impeachment, após a cassação de deputados envolvidos no esquema do mensalão.

Mas, o PT, em que pesem mazelas descobertas até agora e as que ainda serão descobertas, pois os tentáculos da corrupção se espalharam de maneira assustadora, poderá sobreviver a todo este vendaval. O PT tem quadros admiráveis, tem homens competentes, tem administradores responsáveis, mas que foram marginalizados pelo campo Majoritário.

Se o PT conseguir substituir os que enlamearam o partido, tarefa difícil, pode ser possível a sua recuperação. E, a título apenas de exemplo, posso citar, como um dos melhores quadro do partido, o nome do Governador do Acre Jorge Viana, que vem realizando uma boa administração naquele estado e tem dado, com suas intervenções, uma demonstração de equilíbrio e maturidade em todo esta turbilhão em que o seu partido jogou o país.

Se o presidente quiser ter sobre-vida para conseguir chegar até o final do seu governo e buscar garantir a sobrevivência do seu partido, terá de ouvir, por mais vezes, políticos não comprometidos com tamanha desfaçatez que caracterizou o seu governo.

Neste instante me lembro da fala do eminente Senador Rui Barbosa na Sessão do Senado Federal em três de novembro de 1914 em que proferiu o tão conhecido “Triunfo das nulidades”:

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos mal, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

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