“Expectativa do mercado é de melhores preços em 2010”

cafe16092009A Frente Parlamentar do Agronegócio Café, da qual o Deputado Dr. Mário Heringer é um de seus Coordenadores, recebeu um estudo pormenorizado com opiniões e tendências do mercado do setor cafeeiro, com pesquisa com operadores e técnicos de cooperativas, sobre as perspectivas de mercado para o ano de 2010. De maneira geral, a visão dos profissionais consultados é positiva para 2010,

especialmente para o primeiro semestre, diante da expectativa de uma disponibilidade bastante ajustada para este período.

O estoque de café ao final de março de 2010 poderá ficar entre 8 a 10 milhões de sacas, podendo chegar ao redor de 5 milhões de sacas ao final de maio. A partir daí com a entrada da safra de robusta e a partir de julho a de arábica, estes números voltam a subir.

A nível mundial deveremos ter um equilíbrio nos próximos anos entre oferta e demanda. O consumo continuará subindo ao redor de 2% ao ano, volume que deverá ser suportado pelo ligeiro aumento das exportações brasileiras, e de outros países como Colômbia, Peru e Vietnam. A variação dos preços(volatilidade) deverá diminuir devido a um quadro de disponibilidade mundial mais estável.

O reflexo nos preços no mercado externo poderá vir através de uma consolidação nos cafés arábica cotados na bolsa de Nova York. O reflexo nos preços internos dependerá dos deságios (diferenciais) com que serão comercializados os nossos cafés pelos exportadores. Para que estes descontos não venham a se tornar elevados e reduzir os preços recebidos pelos produtores, é necessário continuar com fluxo de recursos para administrar a oferta nos períodos de maior pressão de entrada da safra, e utilizar mecanismos de proteção de preços como as opções de venda e Pepro, daí a necessidade de intervenção do Governo. Também a organização dos produtores na comercialização através de suas cooperativas e associações, contribuirá para a formação de melhores preços internamente.

Contudo, há que se ressaltar que fatores externos a produção e consumo, como posicionamento de fundos nos mercados futuros, influenciados por sua vez pela variação nos preços de outras commodities, principalmente o petróleo, poderá também causar impactos no mercado de café. Outra variável que poderá alterar fortemente as previsões apresentadas é a possibilidade de incidentes climáticos que porventura venham a impactar as safras futuras.

Acreditamos que os produtores deverão além de procurar os melhores momentos para fixar suas vendas, atentar para os custos de produção, através da utilização racional das novas tecnologias e do controle do solo. Também entendemos ser fundamental um maior acompanhamento por parte das lideranças ao programa de pesquisas desenvolvido pela Embrapa Café, seja para desenvolvimento de variedades mais produtivas e resistentes a pragas e mudanças climáticas ou direcionando mais estudos a alternativas que permitam a redução do volume de mão de obra utilizada nas regiões de topografia mais acidentada.

Em relação a política a ser desenvolvida, entendemos que a questão do endividamento não está superada, e que o estoque dos passivos dos produtores precisará de revisões, com base na capacidade de geração de renda do setor. Precisamos ainda melhorar nossas estatísticas, principalmente em relação a produção e consumo, e criar programas de incentivo e fortalecimento a organização dos produtores em cooperativas, a fim de agregarmos maior valor ao grão, seja através de exportações com menores descontos, bem como pela industrialização do produto.

Concluindo, entendemos que é através do diálogo franco, maduro, técnico e profissional, com o Governo e com os demais setores da cadeia café, que atingiremos nossos objetivos. Esta é a linha que tem pautado nossa atuação e que continuaremos seguindo, procurando sempre construir melhores e mais justas condições de vida a todos que dependem do café e da agricultura, dentro da sustentabilidade econômica, social e ambiental.

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