Deputado evoca “causo” do Fernandinho na luta pelo pré-sal

presalO marco regulatório do pré-sal e o impacto que a descoberta de cerca de 100 bilhões de barris de petróleo em águas ultraprofundas da costa brasileira provocará no desenvolvimento econômico e social do Brasil serão assuntos de importância para discussão no Congresso Nacional,

nos próximos meses. Esta semana, o Correio Braziliense e o Estado de Minas promoveram o primeiro seminário em que governo, especialistas e parlamentares trataram desta questão.

Como líder da bancada mineira na Congresso Nacional, o deputado Federal Mário (PDT-MG), já ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados num discurso, em defesa a Minas Gerais, no qual recorreu a um “causo” contando por seu amigo, o também mineiro, vice-presidente José Alencar.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Vice-Presidente José Alencar conta uma história muito interessante a respeito de um fazendeiro da região de Mantena, em Minas Gerais. Esse fazendeiro, na ocasião da eleição do Presidente Juscelino Kubitschek, incomodava o Governo do Espírito Santo com suas constantes invasões e mobilização de cerca, caminhando e invadindo o território do Espírito Santo.

Na ocasião, buscando a paz e os interesses nacionais, o Presidente Juscelino Kubitschek foi instado a intervir. Chamou Fernandinho, o fazendeiro mineiro, e disse-lhe que não fizesse aquilo porque não era bom para o Brasil. Em troca, Fernandinho negociou com o Presidente Juscelino Kubitschek a embaixada dos Estados Unidos – quem conta isso é o Vice-Presidente José Alencar, com muita graça -, pois ele queria ir para aquele país. Feito o trato, eleição ganha, Fernandinho foi cobrar. Virou adido comercial do Brasil nos Estados Unidos, apesar de não falar uma palavra em inglês.  

Por que conto essa história? Porque Minas Gerais não tem culpa de estar onde está, e gostamos de estar onde estamos. No debate da distribuição do pré-sal, nós vamos fazer o papel do Fernandinho. A bancada mineira vai defender Minas Gerais intensamente. Queremos que essa repartição – quando, e se ocorrer – seja feita de maneira igual para todo o Brasil. A PETROBRAS não foi construída com o dinheiro dos Estados limítrofes do mar, e, sim, com o dinheiro dos brasileiros de todos os Estados.  

Queremos trazer essa preocupação para a discussão, porque não é admissível que se privilegie o grupo que já tem o privilégio de estar na praia.  
Além dessa preocupação, o que mais nos incomoda é a possibilidade de, diante de tal rendimento, de tal recurso extraordinário do pré-sal, esquecermos de nos preocupar com o belíssimo projeto do etanol, um projeto ecológico, equilibrado.

Acho que uma coisa não pode abrir mão da outra.  
Não podemos esperar para daqui a 10 anos o nosso petróleo estar nos tanques de combustíveis e, enquanto isso, vamos ajudando a destruir a natureza. Vamos colocando o nosso dióxido de carbono na natureza. Vamos, cada vez mais, alterando o nosso planeta.

Temos duas preocupações. A primeira é que queremos dividir, quando for a hora, de maneira igual e para todos. E a segunda, a mais importante, é que precisamos tratar da nossa nave-mãe.

Deputado federal Mário Heringer (PDT-MG)
Líder da bancada mineira no Congresso Nacional

Para saber mais:
http://www.correioweb.com.br/presal/

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