A mobilização iniciada pelo Sindicato dos Produtores Rurais, no mês de setembro, em torno da renegociação das dívidas dos agricultores junto aos bancos agora é regional. Na última segunda-feira, 15, uma reunião ocorreu em Manhumirim, no salão do Colégio Santa Terezinha, envolvendo cafeicultores e lideranças de vários municípios da nossa região para discutir o assunto.
Estiveram presentes presidentes de sindicatos de produtores rurais e agricultores de Manhumirim, Manhuaçu, Caputira, Simonésia, Alto Jequitibá, Carangola, Lajinha, Martins Soares, Caparaó, Reduto e Durandé. Compuseram a mesa principal dos trabalhos o vice-presidente da FAEMG – Federação da Agricultura de Minas Gerais e integrante da comissão de cafeicultura da CNA – Confederação Nacional da Agricultura, Breno Mesquita, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhumirim, Fernando Malostro, o Deputado Federal Dr. Mário Heringer e Mauro Heringer, do SPR de Manhumirim e da Associação de Cafés Especiais. MANIFESTAÇÕES Breno Mesquita, da região sul do Estado, participante ativo das rodadas de negociações das dívidas agrícolas junto às entidades do setor, contribuiu enormemente com a discussão. Além de ter esclarecido várias dúvidas do público ele informou sobre a realidade da dívida do setor agrícola e o esforço das entidades representativas em negociar os débitos, que só na cafeicultura ultrapassam 1,2 bilhões de reais. Segundo Mesquita, nos últimos anos, o Governo está mais sensível e aberto às negociações. Mauro Heringer, um dos articuladores da mobilização, sugeriu que um grupo de cafeicultores, representando a nossa região, agende visitas com o Secretário de Agricultura de Minas Gerais, Gilman Vianna e com o Ministro da Agricultura, para levar as reivindicações da classe. Mauro salientou que os cafeicultores que tiverem dúvidas quanto às suas dúvidas devem recorrer aos assessores jurídicos de seus sindicatos e que um advogado da FAEMG será disponibilizado para acompanhar o caso da nossa região. O público participou de forma ativa do debate. Muitos relataram a realidade dramática que estão vivenciando provocada pelas dívidas contraídas, emocionando e impactado os presentes. O ALTO CUSTO Na carta, as lideranças afirmaram que almejam o alongamento do prazo para pagamento das dívidas por trinta anos e a renegociação e o restabelecimento do crédito do produtor com dívidas vencidas, inclusive, as executadas, com juros de 3% e dois anos de carência. Eles acreditam que a crise da cafeicultura, iniciada em 1996, ocorre por conta do baixo preço do café, especialmente nos anos de boa safra, elevação dos custos da produção, fatores climáticos e valorização da nossa moeda em relação ao dólar. No quadro, abaixo, os sindicatos mostraram a elevação dos custos da produção comparado ao pequeno aumento do valor da saca de café. (Texto e fotos – Senisi Rocha) |
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