A produção de café na região da Zona da Mata e do Vale do Rio Doce, áreas conhecidas tradicionalmente como Matas de Minas, caracteriza-se pela agricultura familiar e responde por aproximadamente 30% da safra do Estado de Minas Gerais. O relevo da Zona da Mata é acidentado, caracterizado pelo predomínio de colinas e vales, com altitudes que variam de 400 a 800 metros.
Tais características resultam em um excelente café da variedade arábica, mas tornam rara a utilização de maquinário para a realização dos tratos culturais. Vale lembrar que 90% dos trabalhos nas lavouras cafeeiras são realizados manualmente, em decorrência do sistema de plantio mais adotado na região, o adensado.
O painel realizado em Manhumirim – típica cidade produtora de café da região – apresentou a realidade de uma propriedade de 25 hectares de área de lavoura, onde os trabalhos de colheita são predominantemente manuais. As análises indicam que o Custo Operacional Total (COT), de R$ 307,91 por saca, diminui para R$ 275,67 quando a produtividade passa de 23 (produtividade indicada) para 27 (produtividade potencial) sacas por hectare. Demonstram, também, que o aumento da produtividade, apesar de elevar o custo total, reduz consideravelmente os custos unitários, incrementando a rentabilidade da empresa rural.
Por meio dos valores indicados na tabela, pode-se inferir o nível tecnológico de manejo adotado. Com a produtividade indicada, o COT é de R$ 7.081,89 por hectare, com base nos valores apresentados em abril deste ano. Com o objetivo de analisar o resultado do aumento de produtividade, são apresentadas duas situações: uma com a produtividade indicada pelos produtores e técnicos presentes no painel e, outra, com uma produtividade potencial.
A produtividade potencial foi calculada a partir das quantidades de Nitrogênio(N) e Potássio (K2O) aplicadas via adubação, informadas durante a realização do painel. Na condição de produtividade potencial, todos os itens originais foram mantidos constantes, exceto os referentes ao incremento de produção, como gastos com a colheita, sacaria e benefi ciamento. Houve, ainda, aumento dos itens dos custos de insumos de fertilizantes e defensivos, acumulando alta de 26% em comparação ao mês de novembro de 2007.
Fonte: CNA Brasil