“Daqui a pouco não vai ter mais café porque, se não pagarem o produtor, fatalmente não vai ser produzido”. O segundo-secretário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT/MG) alerta para a crise no setor de café, especialmente o de montanha. Cafeicultores amargam altos custos em mais um capítulo da crise no setor.
“O Brasil é produtor de 35% do café do mundo e nós não temos o protagonismo no mundo? É impossível. Nessa semana, nós tivemos uma reunião aqui, no plenário da Câmara, exatamente para discutir a questão do preço do café em Minas Gerais, especialmente”, conta Dr. Mário.
O parlamentar destaca que o café que emprega e dá mão de obra, o chamado café de montanha tem altos custos de produção que não são pagos pelo preço da saca de café ofertada no mercado.
“Precisamos ter um preço mínimo, para saca de café, para que o produtor não tome prejuízo. Nós precisamos criar um incentivo para as nossas exportações de café com os exportadores pagando um preço justo ao produtor. Porque aí, sim, nós precisamos ocupar o mercado, precisamos trabalhar com marketing”, afirma o parlamentar, presidente do PDT de Minas.
Dr. Mário Heringer ressalta, ainda, que o peso do café na balança comercial é grande, o setor gera oito milhões de empregos no país e é preciso estarmos atento a isso, uma vez que vivemos em uma crise de desemprego.
“Desde 2002, quando entramos no primeiro mandato, defendemos nosso café. Em 2003 já fizemos um movimento, paralisações, inclusive de estrada, para sensibilizar o governo da época. A gente conseguiu alguns avanços mas, de tempos em tempos, ocorre retrocesso, ocorre recuo, e, infelizmente, temos que começar tudo de novo”.