Estudantes de todo Brasil debatem com deputados Reforma da Previdência

Estudantes de todo Brasil debatem com deputados Reforma da Previdência

 

A Reforma da Previdência dominou o debate entre estudantes e parlamentares promovido nesta quarta (27) no Direto das Comissões, realizado no Plenário 4 da Câmara dos Deputados. O evento faz parte da programação do Estágio-Visita, realizado todos os meses pela Segunda-Secretaria da Câmara dos Deputados. “É muito produtiva a interação da juventude com o parlamento. Tivemos um debate de alto nível”, avaliou o Segundo-Secretário, deputado federal Dr. Mário Heringer (PDT/MG).

A deputada pelo PDT de São Paulo, Tabata Amaral, foi questionada pelo estudante Gedeão Nascimento Mendes, da cidade de Iuna, Espírito Santo, sobre posicionamento a respeito do tema e defendeu a renovação da política. “Nosso papel é cobrar que pessoas de fato apresentem renovação de práticas. ”

A estudante Mayara Matos, de Teresina, Piauí, seguiu no tema Reforma da Previdência, ao perguntar a opinião do deputado Rodrigo Coelho (PSB/SC). “Do jeito que está não aprova. Parece que foi feita para não ser aprovada. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) não altera apenas o valor de R$ 400, mas que para receber o mínimo é preciso ter 70 anos. Isso é de uma violência sem tamanho”.

Celso Sabino, do PSDB do Pará, lembrou que sua legenda fechou questão contra a reforma, especialmente por causa do BPC e Darci de Matos (PSDC/SC) disse que independentemente de situação ou oposição, é preciso respeito ao governo e que o governo respeite a oposição. “Estamos percebendo muito ódio na Câmara e com ódio a gente não consegue nada. ”

Falando ser não base de governo, mas, “o próprio governo”, o deputado Julian Lemos (PSL/PB) reclamou haver um discurso de que tudo feito pelo governo é ruim, encampado pela oposição. “A reforma não é do Bolsonaro ou do governo. A reforma é do país”, disse, emendando: “Tenho que concordar. Do jeito que está, a reforma não passa, mas isso é como um caminhão de melancia que vem cheio e no meio do caminho ele vai se adaptando até ficar no formatinho que tem que ser”. Lemos disse que a reforma busca corrigir injustiças e citou que o ex-presidente José Sarney teria uma aposentadoria de R$ 101 mil.

O Segundo-Secretário, Mário Heringer, replicou. “Uma vez que você acabou de se colocar como ‘eu sou o governo’. Nós não estamos aqui lutando contra a Reforma da Previdência do presidente Bolsonaro. Nós estamos dizendo que essa reforma do Bolsonaro não atende. Ela não atinge os militares da maneira devida, ela atinge os pobres de maneira indevida. Se você me apresentar a reforma que está aí, que atinge o salário do Sarney que você citou, de R$ 101 mil, se nessa Reforma da Previdência, do Jair Bolsonaro, tiver isso, pode contar com meu voto. Essa não tem”, finalizou o deputado.

Grandes Fortunas

A estudante Patrícia Mota, de Teresina, Piauí, questionou o deputado Gilberto Nascimento (PSC/SP) a respeito da taxação de grandes fortunas. O parlamentar argumentou não acreditar que o caminho seja taxar grandes fortunas, na medida em que para se tornar rico, houve ao longo do caminho pagamento de impostos. Nascimento abriu uma exceção para o caso de herança. “Taxar grandes fortunas só por taxar, não concordo. É um discurso político para agradar pobre”, sintetizou.

O deputado pelo PSOL do Pará, Edmilson Rodrigues, balanceou o debate sobre a taxação de grandes fortunas, argumentando que, segundo a Oxford, o Brasil tem 6 pessoas que detém uma renda equivalente ao superior de 100 milhões de Brasileiros. “Quem ganha 5 ou 6 mil e taxado da mesma forma como quem ganha 50, 60 mil. A reforma tributária é necessária porque os pobres pagam mais impostos”, defendeu.

A deputada Geovania de Sá, do PSDB de Santa Catarina também marcou presença no debate, mas precisou deixar o local por causa de outros compromissos.

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